Por felipe.martins

Rio - Não é difícil imaginar que a cidade do Rio, com a maior rede de escolas públicas da América Latina, tenha inúmeros desafios na Educação. O cenário se agrava quando falamos da Educação com adolescentes que estão no segundo segmento do Ensino Fundamental. Somente para essa etapa é necessário fazer política pública em prol de uma Educação de qualidade para mais de 225 mil alunos, divididos em 527 escolas, com mais de 11 mil professores.

Mas por que o desafio é maior quando nos referimos a esses alunos? A adolescência reúne momentos de grandes mudanças físicas, emocionais e intelectuais. Além dessas transformações, ainda existem aquelas relacionadas à rotina da escola. Eles passam a ter professores diferentes para cada matéria e um volume maior de disciplinas e conteúdos com maior nível de exigência e responsabilidade. Os adolescentes desenvolvem ainda novas formas de aprender e se relacionar através das tecnologias da informação e comunicação, que na maioria das vezes só são vivenciadas fora da escola.

Portanto, nesta fase da vida escolar, o aluno precisa estabelecer relação mais próxima com os professores, para que estes possam entender quem é esse adolescente e quais são suas questões. Porém, na maioria das escolas da rede municipal do Rio, a realidade é bem diferente da ideal: os professores dão aula em diversas unidades, passam pouco tempo com os alunos e não têm espaço para formação continuada.

Diante desse cenário, os indicadores referentes à Educação no segundo segmento não poderiam ser animadores. A Prova Rio de 2013 mostrou que 75% dos alunos do sétimo ano têm nível insuficiente de proficiência em Matemática e 49% em língua portuguesa. Já o Censo Escolar de 2014 sinalizou que 34% dos alunos desse segmento têm dois anos ou mais de atraso na escola, além de existir um alto índice de evasão escolar.

Investir na Educação com adolescentes é estratégia fundamental para que possamos qualificar o processo de ensino e aprendizagem no Município do Rio de Janeiro. É essencial que alunos, professores, gestores e a sociedade civil pensem juntos em uma forma de enfrentar os diversos desafios por uma Educação de qualidade com os adolescentes.

Lívia King é assistente de Projetos da Área de Educação do Desiderata

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