Por thiago.antunes

Rio - Ser um agente de segurança por si só é motivo de admiração em qualquer parte do mundo. No Brasil, trata-se de ato heroico por série de fatores, dentre eles a crescente violência e a falta de reconhecimento por boa parte da população, mesmo sendo eles alvo constante de marginais que, em muitos casos, usam a comunidade para denegrir e enfraquecer sua imagem.

No Rio a situação é ainda pior, pois essa percepção se mantém mesmo com os números comprovando que o Estado é campeão de mortes de agentes de segurança, com quase 25% dos 398 no Brasil, de acordo com o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança. Somos o único estado com UPPs, mas, mesmo assim, lideramos o ranking, ficando notório que é preciso reverter o quadro.

Alguns movimentos já estão sendo notados, demonstrando um incômodo por parte das autoridades com essas estatísticas. Nos bombeiros, por exemplo, uma iniciativa claramente se apresentou como modo de zelar pela saúde e qualidade de vida da corporação. Recente resolução autorizando a criação de um grupo para atender os membros envolvidos com drogas e álcool derruba uma visão hipócrita e retrógrada de que nesses ambientes não há esse tipo de casos. Como em qualquer outra profissão, esses profissionais estão sujeitos aos diversos problemas, dentre eles a dependência.

Falta ainda algo mais específico na questão da segurança desses agentes no exercício da função. É preciso caminhar nessa direção. Já passamos da hora de profissões-chave não serem valorizadas devidamente, como é o caso dos professores. Assim como os policiais, eles são responsáveis em oferecer e garantir à sociedade direitos que constam na Constituição Brasileira e que são de extrema importância.

Aliás, Educação, segurança e Saúde formam o tripé mais relevante para a cidadania. Dar melhores condições de trabalho para esses profissionais é mais que um dever, mas um ato inteligente para um país que visa o crescimento. Os agentes de segurança precisam de tranquilidade para trabalhar, tendo as mesmas garantias que buscam oferecer à população. Fica, realmente, a expectativa de que isso aconteça e que a assistência aos agentes de segurança se solidifique e avance mais e mais, zelando por aqueles que zelam por toda a sociedade.

Marcos Espínola é advogado criminalista

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