Rio - Visitei a Finlândia em setembro para conhecer de perto um dos melhores sistemas educacionais do mundo. Apesar do contexto cultural diferente, o que observei lá é relevante e pode ser aplicado, nas devidas proporções, ao Rio. O foco do sistema finlandês é a equidade. Lá, nenhuma criança fica para trás. Não existe fórmula mágica: é preciso investir na formação do professor e proporcionar o suporte adequado às escolas para que cada aluno tenha a oportunidade de aprender o esperado em sua etapa do ensino. Na Finlândia, a carreira de professor é uma das mais desejadas entre os recém-formados no Ensino Médio.
O processo seletivo é de altíssimo padrão e muito concorrido — apenas 10% dos candidatos ingressam na carreira docente. Nosso objetivo é que o magistério esteja entre as mais desejadas profissões para nossos jovens. Para isso, precisamos aperfeiçoar a seleção, atrair os melhores professores para nossa rede pública e acompanhar sua formação inicial, enfatizando a prática pedagógica em sala.
Não basta também apenas selecionar os melhores, é necessário continuar oferecendo treinamento e oportunidades de se aprimorar. Uma das formas de fazer isso é por meio da colaboração entre os mais experientes e os mais jovens. Assim como os professores, as escolas também devem ser acompanhadas e ter todo o suporte necessário, principalmente aquelas com maiores desafios, respeitando suas especificidades e o contexto local.
Aqui no Rio, alguns importantes passos foram dados nesta direção: os novos concursos passaram a ter prova didática, foi criada a Escola de Formação de Professor Paulo Freire que visa complementar a formação inicial, a colaboração entre os professores foi a base para o modelos dos Ginásios Cariocas e, mais recentemente, lançamos o Programa Escolas em Foco que, através do acompanhamento da prática em sala de aula, busca apoiar as escolas com maiores desafios. Estes projetos já estão apresentando resultados o que mostra que estamos no caminho certo.
Os finlandeses não fizeram mágica para chegar a um dos melhores sistemas educacionais do mundo. Alcançá-los passa longe da alquimia: exige trabalho contínuo de apoio a cada aluno, cada professor e a cada escola. O Rio quer e merece. Mãos à obra!
Pedro Paulo é secretário de Governo