Rio - Intriga o episódio do ‘sumiço’ do dinheiro dos caixas da Samarco, empresa envolvida no trágico rompimento da barragem de rejeitos em Minas, conforme denúncia do juiz Frederico Esteves Duarte Gonçalves, de Mariana. “Em português claro: a requerida sumiu com o dinheiro, embora, em 31 de dezembro de 2014, tivesse em seu caixa mais de dois bilhões de reais”, escreveu o magistrado, ao determinar o bloqueio de movimentações financeiras da mineradora no valor de R$ 300 milhões.
Em que se pese a aparente boa-vontade da companhia no ressarcimento às vítimas e no custeio da recuperação do Vale do Rio Doce, a denúncia da Justiça é grave e dá margem para o descrédito e para a impunidade. E alimenta paranoias como a que classificou o Decreto 8.572, sobre “desastres naturais”, editado para facilitar o acesso ao FGTS pelas vítimas, como indulto aos culpados.
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Tragédia desse naipe, que exigirá anos para a plena recuperação, precisa de punição exemplar, com multa e cadeia aos envolvidos.
