Por bferreira
Rio - Dia desses fui entrevistado por uma revista que me pediu que esclarecesse a diferença entre uma escola de tempo parcial e uma de tempo integral, já que observavam muitas dúvidas dos leitores a esse respeito no momento de escolher o colégio dos filhos. Achei válido falar um pouco sobre esse assunto.
De acordo com a legislação brasileira, escola de tempo integral é aquela em que o aluno permanece por, no mínimo, sete horas por dia. Abaixo disso, a escola é considerada de tempo parcial. Diferença fundamental que precisa ser feita é entre Escola de Educação integral e Escola de tempo integral. Educação integral é o conceito mais pleno de Educação, que engloba não somente aspectos cognitivos, mas também aspectos biopsicossociais e socioemocionais. Uma escola de Educação integral inclui em seu currículo atividades integradas que abrangem todas as esferas do desenvolvimento humano. Logo, uma escola de tempo integral pode não oferecer educação integral e outra de tempo parcial pode fazê-lo.
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A escolha entre uma ou outra não pode se dar apenas pela necessidade de deixar seu filho mais tempo fora de casa. É preciso que os pais conheçam a proposta curricular para que as atividades não entrem em choque com os valores, crenças e forma de educar da família.
É muito comum oferecer o modelo escola pela manhã e clube pela tarde. Nesse modelo, as matérias tidas como ‘sérias’, como Português, Matemática, História e Biologia, concentram-se pela manhã, e à tarde são oferecidas atividades como dança, esportes, artes, língua estrangeira e reforço escolar. Geralmente esse modelo não retrata uma escola de Educação integral, pois as atividades são oferecidas de forma isolada, sem um compromisso com um projeto de formação integral do indivíduo.
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Em geral, uma escola de Educação integral tem a preocupação de estruturar o horário, integrando e intercalando as atividades cognitivas, artísticas, esportivas e socioemocionais. Ao escolher um colégio de tempo integral, tenha em mente que o tempo que o aluno passará lá não deve ser apenas preenchido, mas ser fruto de um projeto educacional com o qual os pais concordem porque a escola passará a ser parceira no processo de educar a criança.
Júlio Furtado é professor e escritor