Por thiago.antunes
Rio - Com esse título seria possível abordar o caos que está na Câmara dos Deputados, fazendo com que o Brasil fique parado e, cada vez mais, a população se envergonhe da classe política, com honrosas exceções. No entanto, enquanto assistimos às ofensas e baixarias no que eles chamam de Conselho de Ética, várias outras tragédias continuam acontecendo sem que ninguém tome providência.
Exemplo é o ônibus que se arrebentou no muro de um dos túneis da Linha Amarela, com cinco mortos e mais de 35 feridos. Situação recorrente e sem que nada em termos de prevenção seja implantado pelos órgãos competentes.
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Depois da queda do ônibus da linha 328 de viaduto na Av. Brasil, em 2013, quando ocorreu uma briga entre um passageiro e o motorista, muito se falou na proteção desses trabalhadores. Foram levantadas as más condições de trabalho de cobradores e motoristas, essencialmente estes, com carga horária excessiva, além de sua vulnerabilidade. Mas, de lá pra cá, nada foi feito na direção de mudar essa realidade.
A causa do acidente no domingo retrasado ainda não foi descoberta. Há especulações e depoimentos de testemunhas e de até vítimas, dentre elas a que afirmou que o motorista teria dormido. Outros afirmaram que o pneu estourou. Embora isso provoque indignação, essas possibilidades são plausíveis, tendo em vista a realidade de muitos motoristas submetidos a situações-limite.
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Com medo de perder emprego, muitos deles encaram a carga horária inadequada para a profissão ficando suscetíveis a acidentes. E considerando o problema com pneu ou qualquer parte mecânica, denuncia provável falta de manutenção.
Por outro lado, a hipótese de que o veículo estava em alta velocidade, como testemunhas cogitaram nos remete a um fator primordial para a população, que é a fiscalização do poder público. Essas empresas de ônibus ganharam a concessão para oferecer o transporte público para os cariocas, porém com qualidade, segurança e pontualidade. Infelizmente, isso não acontece.
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Em verdade, quando olhamos para o que está acontecendo no alto escalão da nossa política, fica fácil entender por que muita coisa não funciona, seja no transporte público, na Saúde ou Educação. Falta tempo para trabalhar em prol do bem coletivo.
João Tancredo é advogado