Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - Esta interminável divulgação de dados negativos, configurando cada vez mais que a crise tende a se agravar, tem único e exclusivo motivo, embora não seja mencionado pelos políticos nem pela maioria dos analistas. Vivemos num mundo de economia globalizada, onde a falta de política econômica, de produtividade e de competitividade é fatal. E nem poupa grandes produtores de matérias-primas, como petróleo e minérios.
A economia socialista faliu. Garantia de emprego, privilégios trabalhistas, interferências sindical ou oficial na gestão empresarial, corrupção e altos impostos levam a crises na economia, no social e, por fim, na política. A cultura do calote e o crédito levianamente concedido criaram montante de ativos duvidosos na rede bancária insuportável. O valor estimado desses créditos dos bancos é de 10% do PIB da Zona do Euro.
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No Brasil, a carga fiscal é maior ainda, o que já provoca milhares de mudanças no domicílio fiscal de residentes no país. E mais: estimula a sonegação e a fraude, sobrecarregando os pagadores. Aumentar a base e simplificar a cobrança poderia ajudar, e muito, a aumentar a arrecadação e diminuir as demandas na Justiça.
O Brasil precisa mesmo é de uma guinada liberal, que pense no emprego e no aumento da arrecadação sem pressionar o contribuinte e na simplificação dos procedimentos. Desde detalhes, como a cota de 500 dólares nas compras dos turistas, que está há mais de 40 anos; a eterna discussão sobre a reabertura de bingos, máquinas de jogos e cassinos, atividade que pode gerar mais de cem mil empregos diretos; maior flexibilidade da Zona Franca de Manaus, congelada por interesses regionais. Enfim, decisões que não demandam dinheiro público, mas política de resultados.
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Curiosamente a sociedade acredita no capitalismo, mas os políticos não abordam o tema, e analistas e técnicos ficam cheios de dedos, alimentando preconceitos contra o lucro. No entanto, sem lucro não há investimento; sem investimento não há emprego, muito menos produção e menos ainda arrecadação. Mas ainda tem gente que acha que a riqueza de um país reside em se endividar ou na capacidade da Casa da Moeda de produzir notas. Nesse caminho do intervencionismo, do crédito voltado para eleitos pelos detentores do poder, nossa crise não terá fim.
Aristóteles Drummond é jornalista
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