Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - A próxima segunda-feira marca, de fato, o início do ano no Brasil. Até o Carnaval, fica-se por conta do rescaldo das festas de fim de ano, das férias de verão, dos preparativos carnavalescos. Agora é o momento de recuperar o tempo perdido com esta tradição tropical.
Mais do que nunca vivemos momento de urgências. São várias frentes que pedem mobilização nacional para que a situação não se agrave mais ainda. Nenhum país ou empresa aguenta crises sem fim, debilitando econômica, financeira, política e socialmente a sociedade. Ainda mais agora, neste mundo de alta competição e rápida comunicação.
Publicidade
O Brasil está com sua imagem muito prejudicada. Aparece no noticiário internacional como o país do Zika, dos escândalos, da economia estagnada. Não temos investidores dispostos a apostar na nossa recuperação; ativos são vendidos depreciados; os papéis no mercado de revenda têm grandes deságios. Até o fim do semestre, acredita-se em novos rebaixamentos. E algumas das nossas maiores empresas terão dificuldades na rolagem de suas dívidas.
Logo, temos de superar ambições políticas, colocar em um nível mais elevado o debate, melhorar a qualidade das ações públicas, especialmente no campo da economia, na busca de ponto comum que leve à paz, mantenha a ordem e traga mínimo de alívio nas dificuldades. O caos não pode interessar a ninguém.
Publicidade
As propostas devem ser realistas, desprovidas de preconceitos ideológicos ou partidários. O drama nas contas públicas não é apenas na esfera federal, mas também nos estados e municípios, muitos dos quais já sem honrar compromissos, inclusive de pessoal.
Protestos de categorias mais organizadas vêm provocando greves e manifestações que agravam as dificuldades. Por mais justas, reivindicações que onerem empresas e entidades publicas são inoportunas. Não se pode esperar mais. A retomada pela via de medidas concretas urge. Não é justo que as disputas políticas ou aventuras na economia sacrifiquem mais o povo, já sofrido, desprotegido e também endividado. E o desemprego podendo saltar nas próximas semanas para patamares dramáticos. Emoção e intransigência nesse momento é uma atitude elitista, egoísta e impatriótica.
Publicidade
Aristóteles Drummond é jornalista

Publicidade