Rio - Os números não mentem. Dono do cofre que financia os empreendedores das comunidades pacificadas, José Domingos Vargas festeja a baixa taxa de calote de quem toma dinheiro da AgeRio, a agência estadual de fomento. Enquanto a taxa média de inadimplência nas grandes instituições está na casa dos 3%, entre os moradores de comunidade apenas 0,68% dos que pedem empréstimo para abrir seus negócios atrasam as parcelas ou deixam de pagar.

“O morador de comunidade paga sempre em dia porque o CPF é seu maior patrimônio”, analisa Vargas, executivo da Caixa Econômica Federal que assumiu o desafio de tocar a agência em setembro do ano passado. “Há quatro pilares que sustentam a nova fase do Rio. A infraestrutura, com obras de mobilidade urbana, por exemplo; a prestação de serviços em saúde e educação; a segurança pública com as UPPs e o desenvolvimento econômico. Era justamente este pilar, o do financiamento, que faltava”.
Meta para 2014 é chegar a 7 mil financiados
A agência de fomento econômico do estado faz empréstimos de R$ 300 a R$ 15 mil e orienta os negócios nas favelas, onde tem 26 funcionários selecionados nas próprias comunidades para explicar como funciona o processo. “Estamos criando um círculo virtuoso”, diz Vargas. Se em dezembro a AgeRio fecha o ano com dois mil microempreendedores financiados, a meta para 2014 é ambiciosa: chegar a sete mil.
Vestuário lidera a lista de pedidos
O setor de vestuário é o líder em pedidos de empréstimos, com 20,7%, seguido do comércio de alimentos (16,4%), beleza e estética (14,1%) e bares e lanchonetes (12,9%). Este ano, até outubro, a AgeRio já emprestou R$ 7.337.037,50. Até dezembro, serão mais R$ 504.729,40. “Estamos com 27 agentes nas 34 comunidades pacificadas. Nós os formamos aqui, e eles voltam às suas casas para ensinar os moradores a planejar onde e como investir, orientando até na questão do número de parcelas”, explica. O juro cobrado é de 3% ao ano.
Turano & arte
A 5ª Mostra Cultural ‘Turano, História e Arte’ será sábado que vem na comunidade do Rodo, Turano. O evento terá uma roda de conversa sobre as histórias da favela e exposição de artistas locais.
Spike volta ao Santa
O cineasta Spike Lee, que dirigiu Michael Jackson no clipe que o astro gravou na comunidade em 1996, voltará ao Santa Marta sábado que vem. Desta vez, o americano gravará o clipe de Seu Jorge.
Rio sem Fronteiras debate 5 anos de UPPs
Os cinco anos da criação das UPPs é o tema do oitavo debate da série ‘Rio, Cidade sem Fronteiras’, quinta que vem, na sede da agência NBS, no Santa Marta. Charles Siqueira (Prazeres), Flávio Mazzaro (Fallet), José Mário (Santa Marta), Dálcio Marinho (Observatório de Favelas) e Camilo Coelho (NBS) já confirmaram presença. A entrada é franqueada. A NBS fica próxima à Estação 3 do plano inclinado. No dia 20 de novembro de 2008 a PM ocupou o morro para, um mês depois, inaugurar sua primeira UPP.
Remoção de cinema
Em meio à política de realocação da prefeitura, o documentário ‘Remoção’, de Luiz Antonio Pilar e Anderson Quack, fará sua pré-estreia no dia 26. O filme narra o fim de favelas como a da Catacumba e da Praia do Pinto (Lagoa). Júlio César ‘Uri Gueler’, ex-Flamengo, relembra o dia em que perdeu sua casa.
Unesco e Fallet
Acontece na terça-feira a primeira palestra com a presença do LEAD, grupo canadense ligado à Unesco que está no Fallet para um projeto de empoderamento de lideranças comunitárias. Leo Dias Martins, consultor em sustentabilidade, diz que o encontro, na Amavale, tem entrada franca. “É só chegar.”
Alemão
A Estação Adeus do teleférico do Alemão faz hoje ‘Um Dia de Beleza’, com dicas de saúde e estética para moradores e visitantes.
FLUPP
A Feira Literária das Unidades de Polícia Pacificadora começa nesta quarta, Dia Nacional da Consciência Negra, com exposição sobre a vida do poeta Wally Salomão.
Manguinhos
Sete jovens da área da UPP Mandela e Arará foram escolhidas para participar do baile das Debutantes das UPPs, dia 15/12, no Palácio Guanabara.
Caxias
O coletivo Tribo Full faz feijoada beneficente amanhã, para ajudar nas ações com crianças e adolescentes da área.
MORADORES do Santa Marta denunciam que sete das 16 antenas de wi-fi da favela estão quebradas ou não funcionam.