Por thiago.antunes
Rio - Ela foi uma das estrelas do 13º Fala Comunidade, evento do Cedaps (Centro de Promoção da Saúde) realizado esta semana no Rio, com 130 lideranças comunitárias de todo o país. Com sua simplicidade ‘roceira’, Ione Oliveira trouxe do Quilombo Mangueiras (MG) uma experiência que tem tudo para se reproduzir em outras comunidades: o carrinho de mão da saúde.
Ione trouxe de quilombo experiência que tem tudo para se reproduzir em outras comunidades: o carrinho de mão da saúdeAndré Balocco / Agência O Dia

“Começou por necessidade, e um dia decidi enfeitar o carrinho. O pessoal amou, e por onde eu passo, todo mundo mexe comigo”, conta Ione. Moradora do quilombo na Rodovia MG-020, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Ione aproveitou o sucesso para aumentar a distribuição de camisinhas, gel e pílulas do dia seguinte à população local, conseguindo evitar a propagação de doenças sexualmente transmissíveis. “Trabalho num raio de 19 km”, conta.

Enfermeira formada tem livre acesso aos territórios do tráfico

Neste raio citado acima, estão incluídos territórios do tráfico onde o Estado não entra. Enfermeira formada, com o carrinho de mão ela leva camisinhas para repor as que deixou nos dispensadores feitos de PET. Hoje, tira de letra as cantadas que recebe quando pede licença para falar dos seus produtos, que pega nos postos de saúde. “Sempre tem um que me pede para mostrar como é que se põe a camisinha. Daí eu tiro a prótese que carrego comigo e mostro. Já nem me importo mais”, conta.

O Vidigal derrete

Vidigal vem perdendo características com especulação imobiliáriaAndré Balocco / Agência O Dia

Em jantar da OsteRio com a elite da Arquitetura e do Urbanismo da cidade, organizado pelo Iets (Uerj), segunda-feira, o presidente da Associação de Moradores do Vidigal, Marcelo da Silva (foto), foi claro: a favela está sob ataque especulativo e perde suas características comunitárias dia após dia. 

Marcelo pediu a palavra após arquitetos e urbanistas defenderem a gentrificação da favela, ou seja, a valorização de seus terrenos que, em consequência, expulsa os moradores mais pobres. Ele disse que, por conta do sobe e desce de caminhões com material de construção, leva até 50 minutos do pé ao topo do morro.

Na mesa estava Theresa Willianson, doutora em planejamento urbano, que tem trabalhado na comunidade. Crítica do processo, Theresa defendeu que ele gera mais pobreza, já que os que não têm condições de arcar com a alta de aluguéis e custo de vida acabam criando novos assentamentos sem infraestrutura.

De violinos novos

Capa da quarta edição do Guia das Comunidades, que mergulhou no Morro do Alemão, os gêmeos Gabriel e Natanael ganharam novos violinos de um admirador que pediu para não ser identificado. Os instrumentos dos meninos, que tocam na Estação Palmeiras e depois passam o chapéu, estavam desgastados.

Berço do samba

O arquiteto Guto Graciano roda o Complexo do São Carlos para ouvir a opinião de moradores sobre projeto que apresentará ao vice-governador Pezão. Guto, que teve a quadra multiúso do Vidigal aprovada, que usar o terreno das torres da Light para criar um centro cultural na favela onde o samba nasceu.

Fallet
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Mestre João Kanoa e Flávio Mazzaro convidam para a festa de encerramento da capoeira Kunta Kinte, sexta-feira, na sede da Amavale, a partir das 18h.
Alemão
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A Associação Mulheres de Atitude premia iniciativas de moradoras da comunidade neste sábado, na 2ª edição do Prêmio Mulheres de Atitude, na Arena Dicró.
Turano
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A Secretaria de Habitação recebe até segunda inscrições para o passeio em que levará ao MAR moradores da favela.
Funk na Lapa
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A Secretaria Estadual de Cultura lança neste domingo, às 19h, na Lapa, a Chamada Pública para Projetos de Bailes Funk, com R$ 650 mil para eventos.
ORGANIZADA por Marcelo Biar, a coletânea ‘E o povo reinventou as ruas’, sobre as manifestações deste ano, foi lançada nesta sexta-feira.
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