Por thiago.antunes

Rio - Toda terceira quinta-feira do mês é dia de homenagear os grandes poetas, do Salgueiro e do Brasil, na Padaria e Centro Cultural Caliel, antiga birosca da Rua Francisco Graça 60A, Salgueiro.

Espécie de centro cultural da comunidade, que sediou o sexto debate da série ‘Rio, Cidade sem Fronteiras’, é lá também que acontece o Troca-Troca de Livros. O projeto — que visa incentivar a garotada a ler — terá sua próxima edição no dia 15. Confira o que o ativista cultural Emerson Menezes, 42, um dos idealizadores do lugar, pensa.

1. O que mudou com a Pacificação?
— Basicamente a questão do ir e vir. Esta é a melhora primeira, a principal. Este trânsito, tanto para quem desce e principalmente para quem sobe a comunidade, possibilita a criação de mais pontes entre morro e asfalto. A gente tem relatos de taxistas que vêm almoçar aqui porque se sentem mais seguros do que no asfalto.

2. O que deve mudar?
— A entrada das políticas sociais, efetivamente. Acho que está faltando um pouco mais desta figura do Estado no social, e isto acaba prejudicando a consolidação do programa, porque as pessoas esperam um que a mais. Está pacificado, legal. Mas, e agora?

3. Como é a relação entre os moradores do Salgueiro e a polícia?
— Acho que aqui é boa, tranquila. Óbvio que tem as suas exceções, mas no geral aqui no Salgueiro é tranquila. Não posso falar dos outros morros, mas aqui somos diferenciados. A gente vê no mesmo espaço policiais, moradores e taxistas almoçando juntos. Mas já ouvi policiais, que vieram de outros morros, contarem que não os aceitam no policiamento. Aqui este convívio é saudável.

4. A crise atual compromete o processo?
— Acho que toda crise tem um risco. Se não se cuidar dos fatores que ajudam a criá-la, pode prejudicar sim, de médio a longo prazo. Se ficar só na polícia, a coisa não vai para a frente.

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