Grafite muda a cara do Túnel Velho, em Copacabana, na Zona Sul do Rio
ACME homenageia o fundo do mar pelos 450 anos da cidade
Por nicolas.satriano
Rio - Quem passa pelo Túnel Velho, que liga Botafogo a Copacabana, já percebe: as paredes dos mergulhões, tanto na entrada quanto na saída, deixaram o cinza e ganharam um novo colorido. Nos 1.500 m², gafites homenageiam o mar, com apoio do Instituto Eixo Rio.
“É uma metáfora mergulhando no tempo, como se voltássemos 450 anos na História da cidade”, diz o grafiteiro ACME, do Pavão/Pavãozinho, diretor artístico do projeto que tem a curadoria de Carlos Bobi. A equipe de 22 artistas aproveitou a geografia do túnel para simular o fundo do mar. Ao emergir, os motoristas sairão no ‘litoral’ de Copacabana, com personagens como Vinícius de Morais. “São 120 desenhos. Do Bateau Mouche ao vendedor de mate.”
A instalação foi idealizada pela GaleRio e Secretaria municipal de Obras. “Em cidades como Berlim e Londres, o grafite já é usado para integrar a arte ao convívio social”, justifica o secretário Alexandre Pinto, relembrando outros espaços públicos com a técnica. “Fizemos o mesmo no Terminal Alvorada. São galerias de arte a céu aberto.”
A equipe de apoio é composta por adolescentes da favela onde ACME conseguiu projeção nacional. “Em vez de contratarmos profissionais para nos ajudar, capacitamos jovens do Pavão/Pavãozinho, que têm menos oportunidades que os do Cantagalo”, afirma ACME, morador do Pavão. “Trazendo eles para o túnel, trouxemos eles para mais perto desse universo.” A (re)inauguração será semana que vem, com direito à ‘moral’ do prefeito Eduardo Paes.