Rio - A produção cultural das favelas vai ganhar um inventário. Até agosto o projeto Solos Culturais, da ONG Observatório de Favelas, lança um guia online com dicas de onde encontrar o melhor das comunidades.
“Vamos criar um aplicativo para celular. A pessoa chega a um local e procura qual o evento mais próximo dele”, explica Jorge Freire, cordenador de produção do projeto. A rede de produtores está aberta, e o Observatório vem treinando os jovens para captar e revelar o que já existe nos morros.
“Cada ponto terá uma galeria de fotos, um vídeo de dois minutos e um texto explicativo”, continua Jorge. Serão seis favelas inicialmente: Rocinha, Cidade de Deus, Penha, Alemão, Maré e Manguinhos. “Depois de lançado, vamos abrir para que outros grupos postem suas atividades”, emenda Gilberto Vieira, coordenador-geral do projeto. O Yoga na Laje, na Rocinha, e a Bonequeira da Maré, por exemplo, já estão registrados.
Bronca portuguesa
“Sinto mais o Brasil dentro de uma favela.” A frase é do português Daniel Gonçalves, 30 anos, um dos acrobatas do Matress Circus (no topo da pirâmide), atração no Festival Internacional de Circo do Rio. Depois do ‘intensivão’ nas comunidades da cidade, lamentou a pobreza e a distância entre morro e asfalto. “A discriminação entre pobres e ricos é bem grande.”
Daniel percebeu as diferenças entre Ipanema, onde se hospedou, e as favelas em que se apresentou. “Há um imenso potencial nesta gente. No Jacarezinho, uma menina de 20 anos disse que nunca tinha visto um circo. Em todas as favelas a que fui, perguntava: ‘o que vocês fazem?’ A resposta era sempre futebol. E a capoeira, a cultura? Um desperdício.”
Tabajaras rachado
A Associação de Moradores do Tabajaras não anda nada feliz com o novo comandante da UPP. Segundo o presidente Reinaldo Reis, desde que assumiu a unidade o 1º tenente Rodrigo Brito proibiu o comércio de vender botijões de gás e cigarros. “E também festas nas quadras, exigindo autorização dos bombeiros, que cobram taxa de R$ 54,” reclama Reinaldo.
O comandante se defende. Diz que o tráfico cobrava percentual sobre o gás e acusa Reinaldo de ter outros interesses na quadra. “Fiz tudo a partir do disque-denúncia. Aqui só subia uma empresa de gás, e estava irregular”, diz o tenente Bento. “Cumpro a lei. Só pode haver festa se os bombeiros autorizarem. O Reinaldo cobrava R$ 200 pelas festas. As pessoas têm medo dele.”
'Rio sem Fronteiras' debate as drogas
O Observatório de Favelas, na Maré, será palco do 11º debate da Série Rio, Cidade sem Fronteiras, quinta-feira, dia 29, a partir das 18h, com entrada franca. O tema será ‘A favela e as drogas: descriminalizar ajuda?’, e a mesa terá seis representantes da sociedade civil. O coronel Mário Sérgio, ex-comandante da PM, estará ao lado do delegado Orlando Zaccone, do especialista em dependência química Sérgio Couto, do médico Jomar Filho e de Tião da Maré, do Instituto Vida real, da comunidade, além de Eduardo Alves, do Observatório.
Maré
A Companhia de Dança Urbana faz oficina de hip hop e teatro na terça e na quarta-feira, na Lona da Maré. Na quinta o grupo apresenta o espetáculo ‘Na Pista’. Grátis.
Banco da Providência
O Programa de Inclusão Social de Famílias do Banco da Providência está com inscrições abertas até o dia 28 de julho. Interessados devem ir às paróquias das comunidades.
CD em Jardim Primavera
Hoje às 21h o músico Marcelo Peregrino lança o CD ‘AmenoÁcido’ no bar Republika Pub (Rua Alameda Américo de Campo 204, Jardim Primavera, Duque de Caxias).
Bazar em Botafogo
A Corrente pelo Bem realiza um bazar beneficente com renda doada para as crianças do Lixão de Gramacho nesta quinta, às 14h. Rua Pinheiro Guimarães 91, Botafogo.
Microsoft
A Microsoft apresenta, terça-feira, seu projeto de mapeamento participativo de comunidades na internet. O Vidigal, com seus points, será a primeira favela a aparecer no mapa do Bing, o buscador da empresa. Os pontos estão sendo indicados pelos próprios moradores.
