Rio - Duas ambulâncias do Samu - acionadas pelo Corpo de Bombeiros - só chegaram duas horas depois da colisão entre uma composição de passageiros e um trem de carga da MRS Logística no trecho entre as estações Costa Barros e Barros Filho, na Zona Norte do Rio, na manhã desta quarta-feira. Doze passageiros que ficaram feridos, permaneceram sobre os trilhos enquanto eram atendidos pelos militares. Eles se queixaram da demora no resgate e da falta de informação da SuperVia, quando ocorreu o acidente. As vítimas tiveram ferimentos leves e foram levadas para os hospitais Carlos Chagas, em Marechal Hermes, e Getúlio Vargas, na Penha.
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"Eu estava dormindo e acordei com o barulho e o choque. Todos nós fomos jogados pro alto e eu caí em cima de um passageiro. O maquinista abriu logo a porta e não informou nada. Um absurdo", relatou a auxiliar de serviços gerais, Mônica Peixoto, 39 anos. Ela pegou o trem na Central do Brasil e seguia para sua casa, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Sentindo fortes dores nas costas, o vendedor Douglas Silva, 23, contou que os bombeiros demoraram 20 minutos para chegar ao local, mas reclamou da demora na chegada do Samu: "Estou indo agora para a ambulância. Tivemos que esperar esse tempo todo. Estou com muita dor no ombro e nas costas", disse ele, que lembrou da colisão: "Foi repentino. Quando teve o impacto, foi um esmagando o outro. Foi horrível"
Por volta das 10h10 a circulação de trens no ramal Belford Roxo havia sido liberada. Segundo a SuperVia, todas as estações estão abertas para embarque e desembarque. A concessionária instaurou uma comissão interna para identificar as causas do acidente e a apuração será concluída em até 30 dias. De acordo a SuperVia, os cerca de 50 passageiros que estavam na composição tiveram que desembarcar nos trilhos e caminhar até a estação Costa Barros.
A concessionária informou que os passageiros receberam o cartão “Siga Viagem” e declaração de atraso. Como a circulação foi interrompida no ramal Belford Roxo por cerca de uma hora, também houve distribuição do cartão nas outras estações do ramal.
A equipe de assistência social da concessionária acompanhou o atendimento aos passageiros. O sistema de áudio das estações informa aos passageiros sobre a circulação. Técnicos de manutenção permanecem no local para realizar os reparos na linha.
O Corpo de Bombeiros nega que o socorro tenha chegado ao local duas horas após a ocorrência ter acontecido. Segundo nota, 30 militares dos quarteis de Ricardo de Albuquerque, Irajá, Nilópolis, Parada de Lucas e Guadalupe atuaram no resgate às vítimas, todas com ferimentos leves. "O órgão ressalta que, na cidade do Rio de Janeiro, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é operado pelo CBMERJ, ou seja, as ambulâncias do SAMU empenhadas na ocorrência foram acionadas apenas para apoio às equipes que já estavam no local, que priorizaram o atendimento levando em conta o estado de saúde dos feridos".
A MRS Logística disse, em nota, às 10h04, que "o movimento já foi liberado para os trens metropolitanos".
A Agetransp, agência reguladora dos transportes no Estado do Rio, disse que abriu um boletim de ocorrência para apurar as circunstâncias do acidente envolvendo o trem da Supervia e o trem de carga da MRS.
Em nota, a Agetransp informou que técnicos da agência foram ao local do incidente para iniciar a apuração do fato e verificar o atendimento prestado aos usuários pela concessionária.