Por paloma.savedra

Rio - Depois de protestarem na Ponte Rio-Niterói e fecharem a via por mais de duas horas, os manifestantes da empresa Alumini, que trabalham nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, seguiram em direção à Petrobras, na Avenida Chile. No momento, o grupo de cerca de 150 pessoas protesta em frente à sede da estatal.

Policiais militares acompanham a manifestação. Trinta PMs do Batalhão de Choque também estão no local. eles estão baseados do outro lado da passarela na mesma via. ainda não há registros de confusão. Com nariz de palhaço, o grupo de operários colocou ainda um caixão em frente à porta da empresa e vestiu um boneco com o uniforme da empresa. Os manifestantes gritaram palavras em protesto ao atraso de pagamento.

Protesto de funcionários do Comperj fecha a Ponte

Os funcionários da empresa Alumini, contratada para as obras, andaram por volta das 14h30 pela Avenida Brasil e fecharam a pista lateral da via. Eles seguiram pela Avenida Francisco Bicalho, que ficou parcialmente interditada, no sentido Centro. A pista central da Avenida Presidente Vargas, sentido Candelária, também foi bloqueada por causa da passeata. 

Protesto de funcionários do Comperj fechou a Ponte Rio-NiteróiFoto%3A Alessandro Costa / Agência O Dia

Ponte ficou fechada por mais de duas horas

O trânsito no sentido Rio da Ponte Rio-Niterói foi liberado por volta das 13h50 desta terça-feira, após mais de duas horas fechada por conta de um protesto de operários do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí. O acesso para a Rodoviária Novo Rio segue fechado, já que os manifestantes seguiram nesta direção. O trânsito ainda é caótico em diversos pontos da região. Quem precisa passar pela rodovia, perde pelo menos 30 minutos no sentido Rio.

Inicialmente, somente a pista sentido Rio tinha sido fechada, sendo o sentido contrário interditado posteriormente a pedido da Polícia Federal por medida de segurança. Às 13h35, o sentido Niterói voltou a ser liberado. Os manifestantes teriam chegado ao local em dois ônibus e descido na altura do vão central. Por conta da passeata, a Secretaria de Estado de Transportes determinou reforço no serviço de barcas para atender à população. A medida será mantida até a liberação do fluxo de veículos na ponte.

De acordo com a CCR Ponte, chegou a ser montado um desvio no meio da rodovia para que motoristas que ficaram presos atrás da manifestação pudessem retornar para a pista em direção a Niterói.

Por conta do fechamento, o trânsito está dando um nó na Zona Portuária, Centro do Rio, Centro de Niterói e na BR-101. A Avenida Brasil tem reflexos, nas pistas sentido Centro, até a altura de Manguinhos. Também há lentidão na Via Binário, sentido Avenida Brasil, desde a Cidade do Samba. Na Linha Vermelha, o trânsito no sentido Centro está parado desde a Maré e no Viaduto do Gasômetro o trânsito também parou desde a Rodoviária Novo Rio. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio pede aos motoristas que evitem trafegar pelo Centro.

Em Niterói, o trânsito também deu um nó. Além dos reflexos causados pela interdição na Ponte Rio-Niterói, outras duas manifestações estariam acontecendo no Centro cidade, uma delas organizada por garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói (CLIN).

Protesto de funcionários do Comperj fechou a Ponte Rio-NiteróiFoto%3A Alessandro Costa / Agência O Dia

Operários reivindicam pagamento de salários e benefícios

Desde o início de janeiro, funcionários da Alumni, empresa terceirizada que trabalha no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, protestam contra a falta de pagamento de direitos trabalhistas e as demissões em massa.

As manifestações ocupavam vias de Itaboraí, como o Trevo da Reta, e foram ganhando força com mais adeptos. Um dos protestos, contou com cerca de 3 mil pessoas, entre empregados e os funcionários demitidos em novembro e dezembro do ano passado – e que não receberam a última parcela do acordo feito no Ministério Público do Trabalho (MPT), para quitação das verbas rescisórias.

Na última quinta-feira, houve uma audiência de conciliação entre representantes da categoria, da Petrobras e da empresa Alumini no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A Petrobras alega que já quitou os pagamentos à empresa terceirizada, que não está pagando seus funcionários.

A sessão terminou sem acordo entre as partes e o juiz Andre Correa Figueira, Titular da Vara do Trabalho de Itaboraí, condenou a Alumini ao pagamento de verbas trabalhistas que somam quase R$ 14 milhões a trabalhadores do Comperj. Caso a terceirizada não quite as dívidas, a estatal, dona da obra terá de arcar com o montante.

A condenação abrange saldo de salário do mês de novembro, segunda parcela do décimo terceiro salário de 2014, terceira parcela de férias vencidas e terceira parcela relativa às verbas resilitórias de 469 empregados já dispensados, além de dano moral individual no valor de R$ 500,00 para cada trabalhador prejudicado. O pedido de indenização por dano moral coletivo de R$ 1 milhão, feito pelo MPT, foi julgado improcedente.

A decisão se deu em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT/RJ) e as partes ainda podem recorrer.

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