Por nicolas.satriano

Rio - Faltando apenas duas semanas para o início da estação mais fria do ano, o Rio de Janeiro vive dias de verão, com termômetros passando dos 30 graus, céu azul e mar de Caribe. Nesta segunda-feira, até golfinhos deram um show à parte na Praia da Reserva, na Barra da Tijuca. Tanta beleza, no entanto, esconde perigos à população. Sem chuva à vista, pelo menos por mais duas semanas, aumentam os riscos de doenças respiratórias, queimadas nas matas e seca no interior do estado, principalmente nas cidades do Norte e Noroeste fluminense.

De acordo com meteorologistas, a massa de ar seco que predomina sobre a região está impedindo o avanço de frentes frias. Para os próximos dias, o clima de ‘veranico’ vai permanecer em todo o estado. “Céu sem nuvens, sol brilhando forte e temperaturas elevadas. Na quinta-feira, uma frente fria se aproxima mas não deve ter força para furar esse bloqueio”, prevê a meteorologista Bianca Lobo, da empresa Climatempo.

Um grupo de golfinhos foi visto nas águas transparentes do mar ontem%2C em frente à Praia da Reserva%2C na região da Barra da TijucaCarlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia

Segundo ela, chuvas de maior intensidade só devem chegar ao estado a partir do dia 19 deste mês. “A baixa umidade do ar, que atingiu 26% no Rio de Janeiro, piorou a qualidade do ar. Sem chuva e com ventos fracos, os poluentes ficam suspensos na atmosfera e não se dissipam”, explica a especialista. Ontem a temperatura máxima chegou a 32,9 graus em Santa Cruz, na Zona Oeste. O fenômeno faz com que as noites e madrugadas sejam mais frias. A mínima registrada pela empresa foi de 15,5 graus na Vila Militar, em Deodoro.

Enquanto a chuva não vem, cariocas aproveitam para curtir o verão fora de época. “O dia estava maravilhoso e a água estava incrível. Muito sol e muita gente para uma segunda-feira. Fiquei até ver o pôr do sol no Arpoador”, contou a estudante de Direito, Bruna Rogêdo, que postou a foto nas redes sociais. Hoje e amanhã, os termômetros devem continuar oscilando 15 graus entre a máxima e a mínima no estado.

Ar seco acende luz amarela

O ar seco e poluído, comum nesta época do ano, aumenta os riscos de gripe, resfriados, alergias e viroses, principalmente entre os grupos mais vulneráveis da população, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o índice considerado ideal da umidade relativa do ar é de 60%.

Nesta segunda-feira, de acordo com a meteorologista Bianca Lobo, da Climatempo, a umidade no Rio chegou a 26%. Especialistas consideram estado de atenção entre 20% e 30% e, de alerta, se variar de 20% a 12%. Abaixo destes níveis é decretado estado de emergência.

Muita gente aproveitou o calor e o sol para ir à praia em plena segunda-feira%2C em um dia com cara de verãoJoão Laet / Agência O Dia

“É para acender a luz amarela e ficar atento aos sintomas, como tosse, e levar ao médico para iniciar tratamento”, orienta o pneumologista da Uerj, Thiago Bartholo.

Para ele, quanto menor a umidade do ar, maior deve ser o cuidado para evitar complicações alérgicas. O pneumologista aconselha beber bastante líquido para não desidratar. “As pessoas devem manter o ambiente o mais limpo possível de poeira. Retirar carpetes e cortinas que possam desencadear doenças respiratórias. Idosos têm que tomar a vacina para se proteger da gripe”, orienta o médico da Uerj.

Você pode gostar