Por ramon.tadeu

Rio - Eles fazem sucesso com metal pesado pelo país afora e na Europa. Agora as bandas roqueiras da Baixada querem ser reconhecidas e fazer mais shows ‘em casa’. Enquanto a agenda de apresentações na região não é ampliada, alguns grupos gravam clipes.

Com 15 anos de carreira e três CDs no mercado europeu (Alemanha, Bélgica e Áustria) a banda de metal Confronto, de São João de Meriti, abriu em janeiro o show do Ratos de Porão. Deste encontro, realizado em Porto Alegre, nasceu a parceria com o vocalista João Gordo, que participará de uma música do próximo disco da banda O lançamento está marcado para agosto na França.

Bandas que fazem sucesso pelo Brasil e na Europa tentam destaque na BaixadaEduardo Almeida / Agência O Dia

“Queremos ganhar o mundo sem esquecer da nossa região. Tocar aqui é bom para qualquer banda, mas fazemos mais shows em São Paulo e na Europa. A cada 20 deles, um é na Baixada”, conta o vocalista Felipe Chehuan, de 34 anos. A banda tem em torno de 20 mil fãs na internet e também já tocou na Argentina, Chile, República Tcheca e Polônia. Há dois anos abriu a apresentação do Sepultura, em Duque de Caxias.

Outra banda famosa é a Quetzal. Criada em Nova Iguaçu há 7 anos, o grupo toca em todo o país. O vocalista Leandro Bragança, 34, sugere a realização de festivais na Baixada para uma maior participação das bandas na terra natal. “Nosso público merece nos assistir perto de casa e, nesses festivais, novos talentos podem surgir e fazer sucesso”, destaca o músico.

Também de Nova Iguaçu e com 15 anos de estrada, o CafeSound — que representa o classic rock — faz em torno de 10 shows por mês pelo Brasil. “Quando começamos, surgiu o sertanejo universitário e o rock foi ofuscado, mas estamos retomando o cenário musical”, garante o baixista Nilson Rodrigues, 40, que geralmente faz um show por mês na Baixada. Cada apresentação do grupo, que tem dois CDs lançados, varia em torno de R$ 4 mil. “Em agosto vamos gravar o primeiro DVD ao vivo. Queremos que seja em Nova Iguaçu”, planeja.

Guitarrista da Rèv Helberttaboza, banda iguaçuana que mistura som pesado com batidas elétricas, Guilherme Armelau afirma que em 10 anos de estrada e vários shows pelo Rio e São Paulo, a expectativa da criação de novos grupos aumentou com a retomada de uma rádio que dá destaque ao rock carioca. “Vai inspirar músicos a tocar o nosso ritmo. Era o que faltava para alavancar o rock. Novas bandas vão surgir”, diz o roqueiro, que no dia 13 lança na internet o primeiro videoclipe, gravado em Petrópolis.

Confronto%2C banda de São João de Meriti%2C faz sucesso na EuropaPaulo Barros / Divulgação

Já a banda pop rock Vellychí, criada há três anos em Nova Iguaçu, está na luta para ter o trabalho reconhecido. O vocalista Vinicius Vellys conta que a banda lançou em 2012 um disco com sete faixas. “Sobreviver do rock é difícil, mas a gente consegue”, conta Vinícius, que faz 15 apresentações por mês no Rio, três delas na região.

Oportunidade em Petrópolis e na Zona Sul

A banda Cardióides, criada há oito anos em Magé, faz muitos shows no estado tocando rock nacional. “Dos 300 que fizemos na carreira, poucos foram na Baixada. Tocamos mais na Lapa, no Rio, e Petrópolis, na Região Serrana. Na Baixada, já abrimos para NX Zero em 2011, em Caxias e Jota Quest em 2012, em Magé”, conta o vocalista Léo Souza, 35. Com dois CDs gravados, o grupo arrecada dinheiro tocando em festas de casamento e 15 anos para investir em clipes e gravações.

Com uma pegada de indie/folk — estilo country — a banda iguaçuana An Passant, em dois anos de estrada, divide suas apresentações entre Baixada e Zona Sul do Rio. “Dos 10 shows por mês, cinco são na Zona Sul. Há mais oportunidades no Rio”, revela o guitarrista Guto Oliveira, 25.

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