Rio - Embora os guias turísticos e de gastronomia gostem de vender a feijoada como prato mais significativo do Brasil, quem melhor resume o gosto do brasileiro de norte a sul do território é o churrasco. Ao contrário do feijão ‘turbinado’, que muda a receita de acordo com o lugar, e é servido em dias determinados do calendário, a carne assada na brasa não tem hora marcada, e é feita da mesma forma na favela ou no condomínio chique, no boteco ou na churrascaria.
Rodízio, por sinal, é palavra mágica para os gringos que estão no Brasil em bandos para a Copa. Porque lá fora ele não existe. A ‘overdose’ de carnes variadas e servidas de forma simultânea é coisa nossa, como o futebol de Neymar. A ideia é encher a pança e assar os adversários.
Baixada e churrasco têm tudo a ver, pois a prática do que já foi chamado de ‘espeto corrido’ teve como um dos palcos pioneiros a Oásis da Via Dutra (2651-2951), inaugurada em 1969 na altura de São João de Meriti. Meio-século de vida e evolução que acompanha as novidades, tanto assim que hoje há na casa desfile de cortes como o T-Bone, que reúne filé e contrafilé, o bife ancho argentino e o prime rib, carne macia e colada no osso da costela. Sem esquecer do porco à pururuca no espeto, exclusividade tentadora do rodízio a R$ 92 (almoço).
Em outra beira da mesma estrada, em Nova Iguaçu, o Norte Grill (3037-7272) é um templo popular da carne que traz em seu rodízio de R$ 54,90, aos fins de semana, cortes como a maminha com queijo e o filé no alho, além de bufê de quentes e frios, queijos e frutos do mar.
O boi também faz sucesso fora do espeto, quando a suculenta picanha se destaca sempre muito bem acompanhada em pratos que servem duas pessoas em estado agudo de fome. É o caso da Picanha do Victor (2765-3893), servida no restaurante de mesmo nome, que reúne arroz, feijão tropeiro, batatas fritas, salada mista, farofa, banana frita e molho à campanha (de R$ 54,90 a R$ 159, 90, em versão para seis bocas).
Na Churrascaria do Suca (3764-7318), a Picanha à Moda traz batatas fritas, farofa, molho vinagrete, e um feijão tropeiro supimpa que é receita da família mineira de Ronaldo Alves Barbosa, o Suca (R$ 85). E o Rei da Picanha (2668-5872) pode reivindicar a coroa na Rua da Lama, onde funciona desde a década de 80, quando foi aberto por um ex-garçom da churrascaria Rodeio. Há no recinto picanhas uruguaias e argentinas, e o carro-chefe da casa é a Picanha Especial, escoltada por arroz à grega, batatas fritas, feijão tropeiro, banana frita e alho crocante. O prato é servido em versões para uma (R$ 46), duas (R$ 75) ou três pessoas (R$ 121). A carne é forte enquanto rola a bola.