Por ramon.tadeu

Rio - Cerca de 130 toneladas de lixo deixarão de ser despejadas diariamente no aterro sanitário de Japeri — último lixão da Baixada Fluminense a ser desativado — no próximo dia 2 de agosto. Após aquela data, todo o material recolhido na cidade será levado para a Central de Tratamento de Resíduos e Energia Limpa de Nova Iguaçu.

A Lei Federal 12.305, criada em agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, obriga a extinção de lixões, além de forçar as prefeituras a criarem aterros sanitários, nos quais não é permitida a atividade de catadores de lixo.

Aterro deixará de receber 130 toneladas por dia. Lixão de Japeri será o último a encerrar as atividades na região Uanderson Fernandes

Depois de encerradas as atividades no lixão de Japeri, os catadores, que fazem dele fonte de renda e de trabalho, serão deslocados para o Galpão de Coleta Seletiva, no bairro Mucajá. Lá, está sendo feita uma cooperativa para funcionar com apoio do Programa Estadual de Coleta Seletiva.

A previsão é que comece a operar duas semanas após o fechamento. “Estamos aguardando a liberação do CNPJ da cooperativa. Os nossos catadores terão total atenção do Poder Executivo e vamos trabalhar na questão da coleta seletiva e na reciclagem do lixo coletado”, garantiu o prefeito Ivaldo Barbosa dos Santos, o Timor, que conversou com a categoria esta semana.

Atualmente, o aterro recebe todos os dias em torno de 80 toneladas de resíduos comerciais e domésticos, além de mais 50 toneladas de entulho e material de poda de árvores e da varrição.

‘Serviço será bem melhor’

Enrolada em panos para se proteger do sol e de mosquitos, a catadora Maria da Glória Braga de Oliveira, de 68 anos, 22 dedicados ao aterro sanitário de Japeri, ganha em média R$ 70 por semana separando e vendendo lixo. “O que eu arrecado é para complementar as despesas em casa”, diz a catadora.

Moradora de São Bento, Dona Glorinha, como é conhecida na região, vê a cooperativa — novo local de trabalho —, com bons olhos. “O serviço será bem melhor, se Deus quiser. Vai ser mais limpo, menos cansativo, mais digno e mais reconhecido”, enumera Dona Glorinha, que é a catadora mais antiga do lixão.

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