Por ramon.tadeu

Rio - Na década de 1910, nascia na Rua Senador Pompeu, no Centro do Rio, Jaime Teixeira Gomes, filho de Manoel Pinto Gomes e de Augusta Teixeira. Ele teve um irmão, Antônio Teixeira Gomes. Manoel Pinto, seu pai, estabeleceu-se no fim da década de 1920 em Olinda, Nilópolis, margeando a linha férrea, hoje Rua Roberto Silveira com fundos para Rua Coronel José Muniz, esquina com Rua Iracema (hoje Nilo Peçanha).

Manoel Pinto Gomes e Augusta Teixeira chegaram a Olinda com os dois filhos. A família montou o armazém Cinco Estrelas, no ramo de secos e molhados. No início da década de 1940, seu pai morreu, e Jaime assumiu o armazém.

Homem simples%2C Jaime Gomes era muito popular na região Divulgação

Foram anos difíceis para continuar com os negócios, e Jaime procurou, a partir dos anos 1950, produzir batida para vender no armazém. Fez inicialmente nos sabores de coco e calcinha de nylon. Jaime foi casado com Ruth de Souza Gomes, com quem teve quatro filhos: Sheila, Ruth, Sebastião e Manoel, todos participavam da produção e venda.

Seus negócios prosperavam, sua batida ganhou o mercado e as centenas de festinhas e os embalos na época da Jovem Guarda. Nos anos que se seguiram não havia na Baixada e Rio de Janeiro quem não conhecesse a Batida do Primo.

Segundo Luiz dos Santos, casado com a filha Ruth, o nome ficou famoso pela propaganda boca a boca. A qualidade e o sabor do produto eram e são inigualáveis e se espalharam regionalmente.

A Batida do Primo chegou a ser levada para o exterior. Nesses últimos 65 anos, a empresa vem produzindo os sabores de pêssego, capim, coco, amendoim, tangerina, laranjinha, damasco, mousse de maracujá, canelinha, abacaxi e calcinha de Nylon e outras, que são vendidas na chamada casa velha.

Sempre de camiseta e bermuda, era um homem simples voltado para o social e muito popular, recebia todos os fregueses com um sorriso, tratando-os de primo. A propaganda indicava para adquirir a batida em Olinda no Armazém do Primo, onde sempre havia um copinho para provar o produto.

Esta alcunha mais que um nome era indicativo de uma batida de especial sabor. Nas suas atividades sociais, Primo distribuía todos os anos no dia 12 de outubro cesta básica para famílias carentes. Para as crianças havia guloseimas e sempre um saco de bala.

Primo atendia a todos que o procurava pagando o gás, a passagem de ônibus ou do trem, a bolsa de alimentos e até dava dinheiro vivo. Seu time do coração era o América. Ele morreu no inicio dos anos 1990 e a seu pedido foi enterrado no cemitério de Olinda sem pompas. Queria ser um homem como todos de seu tempo.

Você pode gostar