Se você estiver passando pelo Centro de Comendador Soares, em Nova Iguaçu, e presenciar jovens fazendo coreografias acrobáticas e rimas sobre problemas sociais, significa que você encontrou os integrantes do Movimento Enraizados. Eles colocam em prática nas ruas o que aprendem na Escola de Hip-Hop Enraizados na Arte — única da Baixada e primeira da América Latina. São oficinas gratuitas de break, DJ, grafite e rap. A duração é de 10 meses.
Criada há quatro anos pela Ong Enraizados, a escola oferece cursos gratuitos de Rap e de Comunicação para Mídias Digitais para adolescentes a partir dos 13 anos. Sãotrês módulos: teoria, prática e treino. Cerca de 300 alunos já passaram por lá.
Segundo o rapper Dudu de Morro Agudo, que fundou a Ong há 15 anos, o objetivo da escola é estimular a criação artística, usando o hip-hop como ferramenta para discutir também direitos e deveres. “A Baixada é a capital nacional do gênero”, afirma Dudu, que, inicialmente, criou a Ong para ser um ponto de integração entre artistas.

Apesar do reconhecimento do trabalho, nem tudo são flores. Há um mês, a Ong mudou para uma sede menor por falta de patrocínio. “Não vamos parar. Iremos para as ruas ocupar os espaços públicos e contribuir para promoção dos direitos da juventude”, avisa Dudu.
A mudança não desanima também os integrantes do movimento. “ Foi aqui que iniciei minha carreira, gravei minha primeira música e comecei a ser uma cidadã crítica”, revela a estudande de Moda, Mylena Pontes, de 16 anos, a Mc do Raper.
A Ong também já publicou o livro ‘Enraizados: os Híbridos Glocais’, que conta a história da organização, e produziu o filme ‘Mães do Hip-Hop’, que mostra como o gênero musical transforma vidas. O filme foi legendado em quatro idiomas e circula por vários países.
As vagas para as aulas na escola são abertas a cada seis meses e podem ser feitas no site www.enraizados.com.br ou pelo (21) 96563-0554.