Por marcelle.bappersi

Segundo o Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro, “o Rio E seu porto têm suas histórias entrelaçadas”. Tanto que já no século 18 “o movimento de passageiros e mercadorias mais nobres estava concentrado nos atracadouros entre o Castelo e São Bento, mas a Prainha e a Saúde especializavam-se nas cargas oriundas do recôncavo (alimentos, animais, madeiras) e no desembarque de escravos”, como contam os pesquisadores Paulo Bastos Cezar e Ana Rosa Viveiros de Castro no livro ‘A Praça Mauá na Memória do Rio de Janeiro’. A importância do porto, no entanto, segundo eles, só cresce em meados do século 19 com a “rápida expansão do comércio do café, oriundo das alturas do Maciço da Tijuca ou dos portos do recôncavo”. O porto do Rio de Janeiro, na então chamada Prainha, portanto, foi durante décadas o principal porto de escoamento da produção brasileira de café, que cresceu vertiginosamente “até que os cafezais paulistas viessem conceder a primazia a Santos”.

Fotomontagem do Porto MaravilhaDivulgação

O café descia as serras em lombo de burro desde o Vale do Paraíba até os pequenos portos localizados na Baixada, em principal o Iguassú e o Estrela-Inhomirim. Alí, eram embarcados em faluas e saveiros até a Prainha, onde aguardava acomercialização nos armazéns construídos nestes portos.

Em 1858, quando a primeira estrada de ferro foi construída, ligando a serra até a estação de Campo de Santana, já havia um intenso movimento portuário na Prainha. "O ambiente do local era dominado pelos negros que carregavam nos ombros a sacaria, descarregando as carretas da Companhia Locomotora organizada por Assis Silveira para fazer a comunicação entre os trens e o porto. Mais tarde, os trilhos da ferrovia chegaram à beira dos trapiches da Saúde, através de um túnel cavado sob o Morro do Pinto”.

Em 1830, o poder público começou a ordenar a movimentação portuária, regulamentando a delimitação das áreas onde os navios deviam ancorar, cabendo ao ancoradouro, localizado entre o Trapiche do Sal e o Valongo as chamadas embarcações de carga.

A inauguração oficial do Porto do Rio de Janeiro, no entanto, só ocorreu em julho de 1910, passando a ser administrado por Demart & Cia., Compagnie du Port do Rio de Janeiro (1911 a 1922) e Companhia Brasileira de Exploração de Portos (1923 a 1933). Pela Lei nº 190, de 16/01/1936, foi transformada em Autarquia Federal e entregue a Administração do Porto do Rio de Janeiro, recebendo as instalações portuárias por transferência do Departamento Nacional de Portos e Navegação, do Ministério da Viação e Obras Públicas.

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