Helil Cardoso faz um balanço da gestão e aponta os desafios
Por helio.almeida
Helil%3A 'Balanço é bastante positivo'Divulgação
Rio - Helil Cardoso é prefeito de Itaboraí, a cidade do Complexo Petroquímico da Petrobras, e enfrenta grandes desafios com o aumento da população. Mas as perspectivas de desenvolvimento econômico são muito positivas e as parcerias com os governos estadual e federal já estão garantindo investimentos em setores que antes não recebiam a mão do poder público.
Helil fala ainda da criação do programa municipal que vai pagar a faculdade de medicina para os estudantes de Itaboraí e estes deverão, depois de formados, atuar por cinco anos na rede pública de saúde da Prefeitura. O prefeito destaca também a parceria com a Polícia Militar para aumentar a segurança, inclusive com a instalação de uma unidade avançada na Reta Velha.
Prefeito qual o balanço que o senhor faz deste primeiro ano de gestão?
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O balanço é bastante positivo, visto que, já no primeiro ano, vencemos grandes desafios, que foram negligenciados pelos antigos gestores. Conseguimos, por exemplo, retomar as obras de dois grandes empreendimentos habitacionais do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) em Itambi e Porto das Caixas, que tinham sido praticamente perdidas em 2012. Também já ocorrem obras de saneamento e pavimentação que essa cidade jamais tinha visto, além de grandes avanços na saúde e na educação, com melhorias no Hospital Municipal e nos postos de saúde, aumentos salariais e novas contratações. Mas isso é só o começo. Em 2013, tivemos que arrumar a casa, que estava bastante bagunçada. A partir de 2014, com um Orçamento elaborado pela nossa gestão e a administração mais organizada, teremos melhores condições de trabalho.
A cidade de Itaboraí vive um momento importante com a construção da Refinaria da Petrobras. O que a cidade ganha e o que perde com este empreendimento?
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Vamos aumentar em muito nossa arrecadação, a partir da entrada em funcionamento do Comperj. Isso sem falar na mudança de perfil de nossa economia e na chegada de serviços que antes a cidade não tinha. Mas, enquanto o Comperj não entra em operação, já precisamos dar conta das enormes demandas que chegam. Para se ter uma ideia, há mais de 20 mil trabalhadores só no Comperj, e essa imensa população vem para Itaboraí, muitas vezes, trazendo a família. Desde o início das obras do Comperj, houve um aumento de 30% no número de atendimentos do nosso Hospital Municipal, o único da cidade com serviço de atendimento de emergência. Nossas escolas públicas também receberam percentual semelhante de aumento do número de alunos. Quer dizer, a arrecadação não aumentou na mesma proporção da demanda por serviços. Mesmo assim, estamos conseguindo prestar um bom atendimento, melhor do que era prestado antes.
Os investimentos dos governos federal e estadual estão chegando? Eles são suficientes para suprir a demanda da cidade?
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Temos mantido contato intenso com todas as esferas de governo, e o resultado já pode ser visto na cidade. O Governo do Estado é um grande parceiro. Juntos, já começamos a mudar o cenário de Itaboraí. As obras do Programa Bairro Novo, por exemplo, já estão em andamento, e vão levar asfalto, drenagem e meio-fio a 74 ruas de Ampliação e Joaquim de Oliveira. Já há ruas na última fase de pavimentação. Também temos um projeto de revitalização total da Avenida 22 de Maio, a principal via do Município, que será realizado a partir de 2014, também com verbas do Governo do Estado. Em relação ao Governo Federal, tenho ido constantemente a Brasília e dialogado com o Ministério das Cidades em busca de investimentos. Na Câmara dos Deputados, temos tido uma excelente receptividade por parte da bancada fluminense. Itaboraí já foi contemplada com um montante de emendas parlamentares muito superior ao do ano passado. Tenho certeza de que, ao fim de quatro anos, teremos uma Itaboraí muito melhor do que encontramos em janeiro de 2013.
A questão do saneamento e do abastecimento de água sempre foi um problema na cidade, como o senhor pretende melhorar este setor?
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Vamos mudar radicalmente uma realidade que encontramos em janeiro, que era o de uma cidade praticamente sem saneamento básico e com abastecimento de água potável muito precário. Atualmente, já estão ocorrendo obras que vão garantir 45 km de esgotamento sanitário em três bairros da cidade.
O senhor propôs a criação do Programa Mais Médicos municipal, para arcar com a faculdade de medicina e garantir médicos para a cidade. Pode explicar melhor este projeto?
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Com esse projeto, a Prefeitura vai pagar o curso completo de Medicina para estudantes que morem há pelo menos cinco anos em Itaboraí e tenham estudado nas escolas públicas da cidade. Como contrapartida, após se formar, o beneficiário terá que trabalhar como médico da Prefeitura por pelo menos cinco anos. Essa é uma proposta que fazia parte do meu Programa de Governo, ou seja, não apareceu após o programa Mais Médicos do Governo Federal. É uma promessa de campanha que agora estamos cumprindo. Vai ser bom para a cidade, e também para os nossos estudantes que sonham em ser médicos, mas não têm condições financeiras de pagar por uma faculdade particular.
A segurança é um problema na cidade? O senhor acredita que a instalação das UPPs cariocas podem ter aumentado o número de bandidos na região?
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É inegável que tivemos um aumento, mas não tenho como dizer se isso se deve ou não à instalação das UPPs, já que Itaboraí também passa por um ritmo bastante acelerado de desenvolvimento, o que pode atrair criminosos. Estabelecemos uma parceria com a Polícia Militar, e estou em contato constante com o coronel Salema, comandante do 35º Batalhão. Juntos, chegamos à conclusão de que precisamos intensificar a presença da polícia em áreas hoje dominadas pelo tráfico de drogas. Vamos viabilizar as condições para que todo o efetivo da PM responsável pelo patrulhamento da cidade seja instalado numa unidade avançada na Reta Velha.