Rio - O Museu Imperial de Petrópolis está novamente de portas abertas. Na semana passada, uma liminar da Justiça determinou o fim da greve, que durava 27 dias. No entanto, até terça-feira, um piquete do comando de greve impedia a entrada dos visitantes. O funcionamento voltou ao normal ontem. A reabertura agradou visitantes e, principalmente, quem vive do turismo.
“Esse é o museu mais visitado do Ministério da Cultura. Recebe cerca de 340 mil pessoas por ano. Esse número é maior que a população de Petrópolis. O local é um polo irradiador para serviços e hotelaria. A cidade ficou vazia por conta da greve”, disse o diretor do museu, Maurício Ferreira Júnior.
Os portugueses Antônio Piparel, 67 anos, e Filomena Piparel, 62, sentiram no bolso os reflexos da greve. Proprietários do Bragança Palace Hotel e do restaurante Transmontano, eles contam que viram o movimento cair 60%. “Muita gente ligava pra cá, perguntava se o museu ainda estava fechado e desistia de vir. Os grevistas diziam que estavam de luto, mas nós é que ficamos esse tempo todo”, destacou Antônio. O guia turístico Adão Carlos, 44, também comemorou a retomada ao trabalho: “Fiquei quase 30 dias ocioso. Estou há 22 anos no turismo e nunca vi isso. Ainda bem que reabriu as portas.”
Já Thais Ferreira, presidente da Associação de Cultura e Turismo de Petrópolis,ligada à prefeitura, disse que a cidade não sofreu em nada com a greve. “A rede hoteleira está cheia. Não houve diminuição de turistas. O que aconteceu foi uma migração, pois eles começaram a procurar o Museu de Cera e a Casa Santos Dummont, que teve um aumento de 22% de visitantes.”
Para o bibliotecário Marcio Miquelino, 26, participante do movimento grevista, a luta dos servidores continua: “Esperamos que essa paralisação não tenha sido em vão. Vamos continuar cobrando. Se não mudar nada, pode haver paralisações pontuais.”
Reportagem de Eduardo Ferreira