Por tabata.uchoa

Rio - A população de São Gonçalo está em festa pelos 124 anos do município, comemorados hoje, e se prepara para ganhar um reforço de peso que vai diminuir o grande tempo perdido com o trânsito no dia a dia. Após assinar convênio com a Caixa, a prefeitura iniciou os estudos para verificar os impactos ambientais e sociais do BRT, da pista seletiva e da ciclovia que vão cortar diversos bairros da cidade. As obras devem começar em meados de 2015 e a previsão é de que tudo comece a funcionar em 2017.

Para o prefeito Neílton Mulim%2C viagem que dura uma hora e meia poderá ser feita em 50 minutosDivulgação

Cerca de 200 mil pessoas usarão o BRT por dia. A capacidade é de 270 passageiros em cada veículo. O trajeto será de 21 quilômetros, com 12 estações, além de integração com a rede de transporte coletivo que já existe, com a futura linha de metrô e uma estação hidroviária. O trajeto segue o antigo traçado da linha férrea Maricá–São Gonçalo, e vai do bairro Gradim até Santa Izabel.

“A linha do BRT começa ao lado de uma estação hidroviária. Agora esperamos a construção de uma barca ali pelo governo do estado para que tudo fique interligado”, ressaltou o secretário de Planejamento e Projetos Especiais, Arthur Belmont. Segundo ele, o prazo para concluir o processo de licenciamento é de seis meses. “Após isso, será feito o contrato com a chegada dos recursos do governo federal, que vai girar em torno de R$ 300 milhões. A prefeitura só vai arcar com 10% desse valor quando a obra começar. Mesmo assim, vamos tentar baixar esse valor, já que o município não dispõe de muitos recursos ”, disse.

“O BRT é um ganho muito grande para a população. O tempo de viagem, que é de uma hora e meia em média, vai cair para 50 minutos”, destacou o prefeito, Neílton Mulim (PR). Segundo ele, todos os setores são beneficiados com essas obras de mobilidade. “A economia, por exemplo, ficará mais aquecida com esse maior tempo livre que sobrará para as pessoas.”

De acordo com dados do IBGE, São Gonçalo conta com mais de um milhão de habitantes em uma extensão territorial de 228 quilômetros quadrados, sendo a segunda maior taxa demográfica do estado, atrás da capital.

A moradora Ivonete hoje sofre com engarrafamentos para levar o filho ao psicólogoDivulgação

Expectativa de tempo menor no trânsito

Moradora de Alcântara, em São Gonçalo, a doméstica Ivonete Maria da Silva, de 54 anos, leva seu filho, Cauã da Silva, 11, para o psicólogo toda semana. Ela gasta cerca de 40 minutos no trajeto de casa ao bairro de Colubandê. “Estou esperando ansiosamente o BRT e a faixa seletiva para aliviar o engarrafamento que pego todos os dias. Esse trânsito enjoa”, disse.

Já a promotora de vendas Débora Soares, 28, acredita que poderá ter mais tempo de lazer com seus dois filhos quando esses projetos de mobilidade urbana chegarem. Moradora do bairro de Inhaúma, no Rio, ela pega dois ônibus para chegar ao trabalho em São Gonçalo. Ida e volta, são cinco horas por dia. “O que atrapalha é o engarrafamento dentro da cidade. Fico muito cansada. Se esse projeto do BRT der certo, poderei ter mais tempo para brincar com minhas crianças”, destacou.

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