Rio - Servido com creme de leite, mel, açúcar ou puro mesmo, o morango está presente na mesa de muitos brasileiros. Quem gosta da fruta, pode se preparar para comprá-la mais barato nas prateleiras dos supermercados e hortifrutis. A safra começa em outubro em Nova Friburgo, única cidade que comercializa morango no território fluminense. Com clima propício para o cultivo, o município da Região Serrana produz anualmente cerca de mil toneladas da fruta, cultivada em cerca de 50 hectares, equivalentes a 50 campos de futebol.

A produção atende o próprio município, além de Teresópolis e Rio. Os produtores fornecem morango também para a merenda escolar da rede pública municipal de ensino e nas feiras locais. Já a produção de derivados, como a geléia, é vendida em toda a Região Serrana e também na Região Metropolitana.
A importância do morango é tão grande para Friburgo que a cidade vai organizar entre os dias 10 e 12 de outubro a primeira edição da Festa do Morango e Chocolate, no Clube do Xadrez, que fica na Praça do Suspiro. O evento é gratuito e aberto ao público.
Em Friburgo, 17 produtores integram a Amorango, que começou a ser formada em 2001. Em abril do ano passado, a associação obteve o registro de marca coletiva concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A Amorango criou também logomarca e slogan próprios, além de embalagens padronizadas.
“O cultivo da fruta se dá o ano todo, mas de outubro a janeiro é a época da safra. Isso porque importamos as mudas do Chile e elas chegam entre junho e julho, para depois colhermos”, explicou o produtor e presidente da Amorango, Fernando Hotzz. Neto e filho de produtores, Hotzz vive do cultivo de morango desde pequeno. “Vendo nas feiras e para escolas. Consigo viver bem”, contou ele, que possui dois hectares de terra cultivável, a maior do estado.
Produtores vão aprender nova técnica
Segundo dados da Emater-Rio, a fruta tem uma grande rentabilidade, em torno de 224%, contra 72% do milho, por exemplo. O órgão está organizando uma visita técnica de produtores da Amorango às lavouras gaúchas, em novembro. O objetivo é conhecer tecnologias sustentáveis de cultivo e tentar adaptá-las em Friburgo.
“Pelotas (RS) começou a produzir o morango suspenso e não na terra. Vamos desenvolver esta técnica, junto com um produtor daqui, em caráter experimental”, contou o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural, José Carlos Siqueira.
Desde 2011 o morango foi incluído entre os produtos financiados pelo Programa Frutificar, da Secretaria Estadual de Agricultura. A medida integrou as ações emergenciais de reconstrução das áreas rurais da Região Serrana, após as enchentes daquele ano.
Reportagem de Eduardo Ferreira