Por adriano.araujo

Rio - De olho no grande fluxo de turistas e visitantes que recebem durante o verão, as cidades de Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty pretendem criar um consórcio para unificar os preços dos passeios dos saveiros, escunas e barcos táxis, além de criar um selo de qualidade e integrar os roteiros. A novidade vai representar economia para o turista que visita a região e evitar que sejam cobrados valores abusivos, como já foi constatado pelo próprio secretário de Turismo de Mangaratiba, Roberto Carlos Monsores.

Ele conta que fez uma inspeção para ver os preços e verificou que os barqueiros estipulavam uma quantia de acordo com a “cara” do cliente. “Eu mesmo passei por essa saia-justa. Acharam que eu aparentava ser uma pessoa rica e me cobraram R$ 60 em um trajeto que vale R$ 7. Isso não vai mais acontecer, pois os preços serão tabelados”, disse Monsores.

David%2C dono do táxi boat Camaro Amarelo%2C espera que nova regulamentação iniba a concorrência ilegalDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

Outra vantagem será evitar a invasão de barcos táxis não legalizados na região. Em Mangaratiba, 150 moradores possuem autonomia para operar o serviço durante o ano todo, mas no verão, cerca de 400 outros migram para a cidade.

Monsores explica que há um problema grande com a Marinha por causa do risco que se corre com esse aumento do fluxo. “Esse plano visa coibir isso. A autonomia será pessoal e intransferível e haverá fiscalização”.

Um projeto de lei sobre a regulamentação dos táxis marítimos foi enviado à Câmara de Vereadores para ser aprovado. O secretário espera que até o início do verão já esteja em vigor.

Segundo David Matos da Silva, de 26 anos, que pilota seu barco ‘Camaro Amarelo’, a regularização virá em um bom momento. “É bom que nós não vamos ter concorrência de embarcações irregulares. Ainda mais nessa época do ano, quando ganho mais”.

Ele diz que durante a semana cinco, seis pessoas e que 80% dos trajetos são para a Ilha Grande, com preço de R$ 10 por pessoa. “No fim de semana e no verão todo, são mais de 150”, disse ele.

Mais recursos e mais fiscalização

Dono do Saveiros Tours, que possui mais de 100 escunas, Jorge Ardrizzo vê com bons olhos a unificação dos roteiros na Costa Verde. “Qualquer incentivo para o turismo é bom. Pode haver maior divulgação”, diz.

Para ele, o consórcio pode ajudar na fiscalização: “É importante também para aumentar o controle. Apesar de feito pela Capitania dos Portos, são muitos barcos. Muita gente freta barcos e vai para a região fazer bagunça”.

Cada escuna transporta de 50 a 170 pessoas e faz passeios com preços cobrados por pessoa ou grupos, de R$ 45 a R$ 150, incluindo almoço.

Para a presidente da Fundação TurisAngra, Maria Sílvia Rúbio, o consórcio vai ajudar a ampliar a captação de recursos federais. “Além disso, somando-se os roteiros e atrativos de nossa região, é possível aumentar bastante a permanência de turistas”.

A cidade está apertando o cerco às embarcações irregulares, com o projeto Turismo Legal, com o Sebrae. Serão cadastrados prestadores de turismo náutico para a distribuição de um selo.

O secretário de Turismo de Paraty, Wladimir Santander, disse que a proposta do consórcio ainda está em negociação entre os municípios. Segundo ele, sua cidade planeja criar uma legislação específica para as montadoras turísticas marítimas. “Isso vai englobar o uso do cais como equipamento público, sua publicidade e vendas. Tudo está muito desordenado.”

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