Por vinicius.amparo
Rio - Lançada na semana passada, a Rota Cervejeira já estimula o desenvolvimento do setor na Região Serrana. Com a novidade, empresários investem em reformas e adequações em suas cervejarias e pensam em novas fórmulas para oferecer produtos diversificados aos visitantes. O projeto estadual terá pacotes com roteiros elaborados e comercializados por agências de turismo, que incluem visitações a cervejarias e degustações.
É o caso de Giovani Buzzi, sócio da Cervejaria Buzzi, em Santa Maria Madalena. Além de criar um roteiro de visitação que envolve todas as etapas do processo de produção da bebida, o empresário pretende construir um espaço onde será instalado um pequeno museu para contar a história da cerveja e da fábrica.
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"O tour vai terminar em uma central de degustação, onde o visitante poderá experimentar os produtos", explicou Giovani.
Produzida inicialmente de forma caseira, a cerveja Buzzi reúne hoje cinco sabores disponíveis. A cervejaria fabrica ainda a Bock, somente no inverno, e a Rumbier, feita a partir do melado de cana, exclusividade no mercado nacional. São, no total, 8 mil litros por mês e a previsão é de que este volume dobre até o fim do ano.
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"Além de contribuir para o crescimento de minha empresa, a Rota Cervejeira será uma alavanca para estimular o turismo", afirmou o empresário.
Oferecer uma experiência completa ao turista também é o objetivo de Gustavo Ranzato, proprietário da Cervejaria Ranz, em Lumiar. Criada há cinco anos, a fábrica produz 5 mil litros de cerveja por mês. São 11 tipos da bebida, sete deles com produção fixa. Alguns misturam ingredientes da região como capim-limão e mel.
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"Penso em criar receitas novas, que mudarão de tempos em tempos. Além disso, vamos criar uma programação visual na fábrica”, disse Gustavo.
Com visitação de 8 mil pessoas por mês, a Vila St. Gallen, em Teresópolis, é um conhecido espaço de degustação das cervejas Therezópolis, Sankt Gallen e Sulamericana. Apesar de já receber turistas de todo o país, o empreendimento aposta na participação na rota.
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"Nossa ideia é cativar cada vez mais adeptos das cervejas especiais", afirmou a gerente-executiva da Vila St. Gallen, Ana Claudia Pampillón.
Redução do ICMS estimula o segmento
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A redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para microcervejarias movimenta o mercado de cervejas e chopes artesanais fluminenses. Novas contratações, aumento da produção e ampliação das fábricas estão nos planos dos empresários, que foram beneficiados com a diminuição da tributação de 25% para 13%. A medida visa desenvolver o setor, cujo mercado consumidor cresce cerca de 20% ao ano no país.
Empresário da área de gastronomia há mais de 40 anos, Osmar Buzin decidiu explorar o mercado de cerveja artesanal há três anos, quando criou a cervejaria Noi, em Niterói. Grande admirador de vinhos, foi incentivado por um amigo a provar uma cerveja artesanal. Hoje, produz cerca de 35 mil litros da bebida por mês, de sete diferentes tipos, um deles detentor do atual título mundial de melhor cerveja preta.
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"Quando inauguramos a Noi, o mercado nacional de cerveja artesanal ainda era incipiente. Estamos crescendo muito e esse incentivo do Governo do Estado vem ao encontro das nossas necessidades. A medida traz ânimo e fôlego para o setor, ajudando no crescimento das microcervejarias. Com esta novidade, planejamos comprar mais dois tanques de produção, contratar cinco ou seis novos funcionários e aumentar a produção em 65% no ano que vem", explicou Osmar.
Com apenas um ano de funcionamento, a cervejaria Fraga, em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio, também será beneficiada com a medida. A pequena fábrica produz cerca de 3 mil litros por mês de dois tipos de cerveja – Weissbier e Blonde.
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"A diminuição do imposto será de extrema relevância para as microcervejarias. Para nós, vai ajudar na redução dos custos e permitir maior fôlego para pagamento dos custos fixos e do financiamento necessário para a compra de novos equipamentos, por exemplo", disse Fredy Litowsky, um dos sócios da cervejaria.