Aldeia guarani forma 25 jovens no Ensino Fundamental. Próximo passo é Ensino Médio
Por thiago.antunes
Rio - Um grupo de 25 estudantes do projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da aldeia guarani de Angra dos Reis acaba de receber o diploma de conclusão dos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano). Esta foi a primeira turma indígena em modalidade totalmente presencial a se formar neste segmento em todo o Estado do Rio. O município buscará agora, junto ao governo do estado, autorização para abrir uma turma de Ensino Médio na Aldeia Sapukai, com ênfase no curso de formação de professores, para que possa formar mais educadores indígenas.
Em relatos emocionados, os indígenas formandos, falantes do idioma guarani, revelaram a dificuldade em falar e escrever a língua portuguesa, e também a vontade de superar os obstáculos para concluir o curso. Agora, querem cursar o Ensino Médio para capacitar-se como profissionais.
Desafio da turma foi aprender o português. Sonho de muitos agora é concluir os estudos e se transformar em professores para ensinar outros índiosDivulgação
O professor Argemiro da Silva, que é indígena, disse que a formatura dos alunos guarani no ensino regular é motivo de orgulho para a comunidade. “Estamos muito felizes por essa turma que está se formando e por ter sido incluída na rede municipal uma turma de EJA Guarani, com metodologia específica. Essa formação para nós é fundamental e muito significativa. Formar esses alunos é uma vitória depois de uma grande luta”, emociona-se.
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O projeto EJA Guarani é realizado pela Prefeitura de Angra dos Reis e oferece a escolaridade aos indígenas da Aldeia Sapukai, a única oficialmente demarcada do estado, atualmente com 500 moradores. As aulas fazem parte de um projeto de educação escolar específico, diferenciado, intercultural e bilíngue. O EJA conta com a parceria de três universidades: UFF, Uerj e Unirio.
“Ver essa turma se formando, após terem enfrentando tantas dificuldades e saber que há muito tempo eles batalharam para conseguir uma turma de EJA Guarani no município, é realmente emocionante. Esperamos que consigam seguir os estudos para que, quem sabe, possamos formar mais professores indígenas, devido ao número de crianças que vivem na aldeia”, apostou a subsecretária de Ciência e Tecnologia, Jane Aparecida.