Por nicolas.satriano

Rio - Para unir o útil ao agradável, Santo Antônio de Pádua, no Noroeste Fluminense, encontrou uma forma de animar seu Carnaval e despoluir o Rio Pomba, que corta o município e praticamente secou com a mais longa estiagem dos últimos 84 anos no estado.Cerca de 10 mil garrafas PET foram retiradas das margens do rio. Elas serviram de matéria-prima para a decoração da folia do município.

Além da diminuição das nascentes e de toda a sua extensão, o rio sofria com os dejetos depositados por moradores. As secretarias de Meio Ambiente, de Defesa Civil e de Turismo, então, decidiram organizar um plano de ação para utilizar as garrafas que estavam poluindo o rio.

As embalagens foram levadas para um galpão da prefeitura, onde foram lavadas, pintadas e cortadas para ser usadas como enfeites durante o Carnaval. O resultado pode ser conferido na Avenida Coronel Olivier, a “passarela do samba”.

Para decorar a avenida para a festa%2C foram aproveitadas 10 mil embalagens plásticas retiradas do rioDivulgação

Como o DIA mostrou recentemente, o nível do Rio Pomba chega agora 32 centímetros, contra 1,80 metro, registrado em janeiro de 2014. O volume está abaixo da régua de medição. Dados da Emater-Rio indicam que cerca de R$ 408 mil foram perdidos nas lavouras de Pádua em 72 hectares, o equivalente a 72 campos de futebol. Os prejuízos chegam a R$ 9 milhões e o município avalia decretar estado de emergência hídrica.

“O rio está muito baixo e, por isso, tivemos acesso a toda a sujeira que as pessoas depositam nele. Fizemos a limpeza para que, quando as chuvas chegarem e encherem o Pomba, não haja entupimento e nem forme ilhas que prejudiquem seu curso natural”, observou o secretário de Meio Ambiente, Otony Faria Júnior, o Zuza.

O Carnapádua deste ano está retomando a tradição dos carnavais de rua da região. Os quatro dias de folia têm programação voltada para todas as idades, com desfiles de escolas de samba, concurso de blocos, matinês e shows musicais.

Tradição se mantém na cidade da foz do Paraíba

A estiagem que castiga principalmente o Norte e o Noroeste do estado há pelo menos oito meses, parcialmente amenizada pelas chuvas das últimas semanas, nem de longe é lembrada neste Carnaval no interior.

Em São João da Barra, no Norte Fluminense, uma das que mais sofreram com o problema, por conta da salinização da água, o Carnaval anima moradores e visitantes.

Na cidade que abriga a foz do Rio Paraíba do Sul, responsável pelo abastecimento de boa parte dos municípios do estado, a folia é marcada pelo tradicional “embate” entre Congos e Chinês, as duas escolas de samba mais antigas da cidade.

Mantendo uma rivalidade que remete à década de 1930, quando foram fundadas, as agremiações prometem muito brilho, luxo, animação e beleza na noite de hoje, no desfile na Avenida Joaquim Thomáz de Aquino Filho, a “passarela do samba” de São João da Barra. Outra tradição é a Banda Maluca, que faz seu desfile itinerante pelas ruas da cidade hoje, a partir das 13h. Como faz há 77 anos.

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