Por marlos.mendes

RIO - Há pouco mais de quatro anos, a Região Serrana do Rio de Janeiro era palco da maior tragédia natural que o Brasil já viu. Chuvas que causaram desabamentos e deixaram abertas feridas que demoraram muito a cicatrizar. A economia das cidades serranas por pouco não entrou em colapso e o turista, acostumado a pegar a estrada aos finais de semana, desapareceu. Hoje, a realidade é outra. As cidades parecem ter encontrado de novo seu potencial turístico e estão se reinventando a cada dia.

Exemplo disso é o setor cervejeiro, que atualmente é uma grande alavanca de oportunidades para o turismo da região. Nova Friburgo sai na frente e daqui a 20 dias entrará em vigor na cidade uma lei municipal que beneficia não só o produtor artesanal de cerveja, mas também os vendedores, diminuindo impostos e dando incentivos fiscais, facilitando a vida de todos.

Para Nauro Grehs, o secretário de Tursimo de Nova Friburgo e presidente do Conselho da Serra Verde Imperial, a parceria do estado com as prefeituras da região é muito importante para tratar o turismo como algo integrado, fazendo com que se encontrem novos caminhos para o setor. "É preciso que haja esse apoio mútuo entre o estado e as cidades da região serrana. A rota cervejeira nasceu dessa integração, pois era algo que até então não existia. E é papel daqueles interessados em fomentar o turismo proporcionar esse tipo de facilidade ao cidadão que produz gera renda".

Desde 2013, Andrea Viviana Taubman, escritora nascida em Buenos Aires, organiza a Feira Literária da Região Serrana, a Flipserrana, que movimenta Teresópolis, enche os hotéis, lota os restaurantes. "Acredito na cultura como uma alavanca para o turismo. O turismo é uma indústria sem tijolo, que não polui, que não depreda”, comenta. Andrea diz acreditar que ninguém faz nada sozinho. "Tem gente que tem vontade de fazer e gente que pode fazer. Vamos juntar essas pessoas, então", diz ela, que veio para o Brasil com sete anos e há 19 vive em Teresópolis.

Recentemente a cidade firmou uma parceria com a cidade francesa de Cadeujac, famosa por seus doces. "No próximo dia 11 de maio, empresários daqui de Teresópolis vão para Cadeujac, qúando vão apresentar a nossa versão do doce conhecido como Saint Honore, uma espécie de folhado que fazemos aqui", conta Ricardo Raposo, empresário carioca que mora em Teresópolis há 35 anos. Depois, será a vez de os franceses conhecerem as delícias da região serrana do Rio de janeiro. Já tem até uma partida de futebol feminino agendada na Granja Comary. É o nosso turismo, cada vez mais sem fronteiras.

Empresários e empreendedores que atuam no setor, presentes no fórum de desenvolvimento do turismo da Serra Verde Imperial, promovido pela Secretaria estadual de Turismo, discutiram novas alternativas que vão atrair ainda mais turistas para a região, além de encontrar parceiros para seus projetos. Para Raposo, iniciativas como o fórum são excelentes oportunidades para integração e fazer com que todos somem suas forças. "Teresópolis, por exemplo, está no epicentro do Rio, tem seis mil leitos em hotéis, uma cidade rica em gastronomia e cultura".

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