Rio - Enquanto a Prefeitura de Japeri apertou os cintos para enfrentar a crise econômica, a Câmara de Vereadores do município aprovou nesta semana aumento de 10% nos salários de todos os seus servidores. Os novos vencimentos variam entre R$ 1.090,94 a R$ 7.480,94, para os concursados e R$ 935,10 a R$ 7 mil, para os comissionados.
A decisão não foi bem digerida pelo prefeito Ivaldo Barbosa, o Timor (PSD), que exonerou cerca de 200 funcionários e está restringindo combustível e energia para fechar as contas. Segundo ele, a prefeitura repassa cerca de R$ 400 mil por mês à Câmara.
“São 197 cargos para 11 vereadores (quase 19 para cada). Já pensou se esse pessoal resolver aparecer para trabalhar no mesmo dia?”, indagou ele, que diz manter apenas seis pessoas em seu gabinete. “É abuso de poder econômico. Ganho R$ 11 mil para trabalhar de segunda a sexta. Tem assessor que vai receber mais de R$ 7 mil para ir à sessão duas vezes por semana.”
Câmara nega e alfineta Timor
O presidente da Câmara, Cezar Melo (PT do B) diz que o último reajuste aconteceu em janeiro de 2014. Segundo ele, o aumento está dentro do índice da inflação acumulada no período. “Estou dentro dos 70% com gastos de pessoal que a lei me permite. Os outros 30% utilizo em despesas da casa”, disse.
O vereador negou que tenha assessores ganhando R$ 7 mil. De acordo com ele, este salário é somente para os procuradores gerais. “O Timor não tinha que estar questionando nada. Ele mandou para a gente aprovar recentemente a criação de uma nova secretaria. Se está em crise, não poderia criar um novo órgão, que vai onerar os cofres em R$ 300 mil por mês”, alfinetou.