Por nicolas.satriano

Rio - Depois de mais de 30 anos sem a devida atenção do poder público, o Rio Meriti, que corta os municípios de Duque de Caxias e São João de Meriti, na Baixada Fluminense, vai finalmente passar por obras de dragagem para facilitar o escoamento da água em épocas de chuva e evitar enchentes como a ocorrida em 2013, que atingiu Xerém e deixou centenas de desabrigados na região. De acordo com o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso (sem partido), nunca houve obra de dragagem no Rio Meriti porque nunca houve um projeto. Hoje ele anuncia a assinatura de um convênio com o goveno federal para viabilizar a

“Esse projeto do meu governo é o maior programa de combate a enchente já realizado no município”, garantiu. A obra, no valor total de R$ 32 milhões, financiada pela Caixa, vai beneficiar cerca de 100 mil habitantes numa área que abrange os bairros Laguna, Dourados, Engenho do Porto e toda a Avenida Nilo Peçanha, por onde passa o Canal Caboclo. De acordo com técnicos da prefeitura, o projeto prevê também a urbanização da Vila Ideal, obra que pertence ao PAC e está parada há pelo menos cinco anos, além da construção de uma nova ponte sobre a Avenida Manoel Telles.

O rio%2C que banha dois municípios%2C começa a ser dragado em agostoDivulgação

A verba só estará liberada após o anúncio do prefeito Alexandre Cardoso, porém, a licitação já está aberta e empresas estão analisando o processo da obra, que deve ter início em agosto e previsão de durar 12 meses. O prefeito afirmou ainda que o Rio Meriti é uma atribuição mútua do município com o governo do estado e que há pelo menos dez anos ninguém fazia nada naquela área. “Não adianta limpar o Canal do Caboclo se o fundo do rio está mais alto do que o nível das ruas dos bairros próximos”, afirma.

Já o biólogo Mário Moscatelli, que sobrevoa a área pelo menos uma vez por semana, diz que, para a população, a obra de dragagem será nota dez, mas para o meio ambiente, nota zero. “O Rio Meriti está completamente assoreado e a dragagem serve apenas para escoar a água. Só vai levar mais lixo e esgoto para a já degradada Baía de Guanabara”, sentenciou. O biólogo aproveitou para chamar a atenção para um problema comum na Baixada Fluminense. “Sugiro que, além da obra de dragagem, a Prefeitura de Duque de Caxias fiscalize o crescimento desordenado. Como um município tão rico ainda vive como se fosse o Haiti?”, disparou.

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