Por bianca.lobianco

Rio - A história de uma produção que na década de 1950 chegou a representar até 80% do sal consumido no país e hoje está quase extinta na Região dos Lagos, será contada no primeiro Museu do Sal do Brasil, que começou a ser construído em São Pedro da Aldeia no início do mês. O projeto, com apoio do Ministério do Turismo, conta com duas salas de exposição, cafeteria, área de lazer e moinhos. A casa funcionará em um terreno de mais de 2,3 mil metros quadrados, doado por antigos produtores.

Uma história de ascensão e decadência%3A salinas da Região dos Lagos serão revisitadas em Museu do SalCarlos Rosa / Banco de Imagens

A cultura do sal na região começou ainda no período do Império. Desde a produção artesanal até o boom industrial, por volta da década de 1920, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Araruama, construíram 109 salinas. No entanto, com a desvalorização do sal, a atividade deixou de ser lucrativa e quase a totalidade das salinas fechou as portas. Em 2008, as salinas da região produziram 5,19 milhões de toneladas, o que não chega a 2% de todo o sal do país. Hoje, a movimentação provocada pela atividade na economia dos municípios é inexpressiva.

O historiador Geraldo Ferreira, da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Lazer de São Pedro da Aldeia, conta que o trabalho busca recontar a história das famílias que fizeram parte da produção de sal na região. “É uma economia que está em fase de extinção. Uma tonelada de sal está custando 70 reais. Será um resgate de histórias relacionadas a diversas famílias que fizeram desta época um período áureo”, ressalta.

Segundo o historiador, serão exibidos documentos,fotografias, além de objetos históricos da produção, como pá, rodo, vassoura, carrinho de mão, arado, ancinho e bombas d’água. O acervo ainda está sendo montado, porém, contará com uma barca que transportava a produção para o Rio por meio do porto de Cabo frio e também um moinho.

“Será um ícone para nós”, afirma a secretária de Turismo, Cultura e Lazer, Sandra Coelho, que tem se reunido com secretários de outros municípios em busca de doações de materiais relacionados ao tema.

Projeto vai aproveitar energia eólica

O projeto do museu foi criado para ser autossustentável, com captação de água da chuva e uso de energia eólica para abastecer a casa. O espaço também terá piso especial para deficientes visuais.

O prefeito Cláudio Chumbinho destacou a importância cultural do projeto. “Vai ser um local de turismo aliado a aprendizado. Sabemos da importância do resgate histórico desta época”.

A obra é fruto de convênio com o Ministério do Turismo, tendo R$ 975 mil de repasse e R$161 mil de contrapartida do município.

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