Por rosayne.macedo

Vassouras (RJ) - A cidade de Vassouras participa do 13º Festival Vale do Café com intensa programação paralela, valorizando a cultura local, sua história, produtos e artistas e abrindo espaço para convidados e pessoas atuantes na região, de sexta-feira (17) até o dia 26. Há atividades gratuitas em praças públicas e espaços culturais e atividades pagas nas fazendas do município.

A antiga estação de trem será um dos centros gastronômicos do evento entre os dias 17 e 19, quando recebe a Caravana Gastronômica, com chefs de cozinha servindo em barraquinhas de feira e food trucks comida de rua saborosa e de qualidade. O coletivo de chefs que tem como missão levar o melhor da gastronomia de rua às cidades do interior do Rio terá algumas novidades para o festival: vai trazer trucks estreantes e atração musical na segunda noite do evento, a cantora Myllena, que vai apresentar sábado (18), músicas do seu novo CD.

A cidade também convidou orquestras e um grupo musical para se apresentar gratuitamente dentro programação paralela; todas tendo em comum, além da qualidade artística, a utilização da música como ferramenta de integração social.

A Orquestra de Cordas de Volta Redonda, criada há cinco anos pelo maestro Nicolau de Oliveira, sob regência da maestrina e pianista Sarah Higino, conta com 56 músicos, entre eles violinistas, violistas, violoncelistas e contrabaixistas, todos estudantes de escolas municipais que fazem parte do Projeto Volta Redonda “Cidade da Música. Com repertório que vai inclui composições de Jean Sibelius, Bela Bartok, Ernani Aguiar, Ernest Mahle e Tchaikovsky, a orquestra se apresenta sábado (18), na Igreja Matriz.

Já no domingo (19), a antiga estação recebe 'Os Pequenos Mozart', grupo de jovens violinistas do Rio de Janeiro, com idades entre 9 e 16 anos, sob direção de Soray Soren. Eles já se apresentaram nos mais importantes teatros, igrejas, museus e festivais de música do Rio e colecionam passagens pelo exterior. Seu repertório inclui os grandes mestres da música e músicos brasileiros.

O Grupo Artístico do UGG (Centro Universitário Geraldo Di Biase) é formado por alunos e pessoas ligadas à universidade de Barra do Piraí, que possuem talento e inclinação para música. O grupo é formado por três violonistas, um pandeirista e uma cantora. Eles prepararam o show 'Dos clássicos ao choro", que será apresentado sexta-feira (17), na antiga estação.

Minuto de História

O “Minuto de História” acontece nos dias 18, 19 e 25, sábado e domingo, às 9h, com participação da turismóloga e atriz Andrea Alves, que, vivendo a personagem Marianna Crioula, uma escrava do século 19, conta a história da cidade a partir do período colonial.

Pelas mãos da personagem, é feita visita à igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição e há indicação dos pontos turísticos próximos, como os chafarizes que datam de 1845, o Paço Municipal, em estilo neoclássico, construído em 1849 e onde hoje funcionam a prefeitura e a Câmara Municipal e a Biblioteca Maurício de Lacerda, prédio de 1872 e hoje sede do Iphan regional. A participação é gratuita e sem necessidade de agendamento.

Um desses pontos turísticos é o Palacete Barão de Itambé, construído em 1849 e que vai receber a Mostra de Artesanato, com trabalho de 55 artistas locais, e também a lojinha oficial do Festival Vale do Café, que vai vender produtos do evento e CDs dos artistas.

A antiga sala de jantar do palacete vai alojar o “Espaço Gourmet”, empório montado especialmente para o evento com seleção de cafés, doces, chocolates, cervejas, cachaças e licores regionais. O local ainda preserva afrescos do artista catalão José Maria Villaronga, pintor oficial dos senhores do café, e também será palco para esquetes com atores vestindo figurinos de época, que vão acontecer nos finais de semana, em horários surpresa.

Figurinos de época também poderão ser vistos no CAT (Centro de Atendimento ao Turista), que recebe a exposição “Abrindo o armário da Eufrásia”, com itens vindos do Museu Casa da Hera, que mostra a indumentária da mulher mais rica do Vale do Café, Eufrásia Teixeira Leite, integrante da família de barões que viveu entre 1850 e 1930 e deixou grande parte de sua fortuna à filantropia e à cidade de Vassouras.

Livro, quadrilha e contação de causos

Neste sábado (18), no Mara Palace Hotel, haverá noite de autógrafos do livro “Uma história de amor pela música e pela vida” de autoria do escritor uruguaio Carlos Higgie. A obra fala sobre a pianista Lílian Lachenski, artista que completa 40 anos de carreira e possui habilidade singular, manter-se tocando piano perfeitamente enquanto realiza outras atividades como conversar ou ler. Após o lançamento a artista fará concerto no restaurante do hotel.

Na noite de sexta-feira (24), a cidade aproveita para mostrar o que há de melhor na cultura interiorana, com a quadrilha “Arrastá Pé da Baronesa”, na Praça da Matriz, em frente ao Palacete. Mais tarde, no mesmo local, acontece uma noite de contação de causos, com o contador Sr. Roberto “Quebra Coco”, que segue a tradição dos antigos contadores, narrando histórias fantásticas, envolvendo façanhas de aventura e contos de terror, dando sempre forte entonação as palavras para envolver os ouvintes.

Dia 25, na Praça da Matriz, acontece uma noite de contação de causos com o contador Roberto “Quebra Coco”, que segue a tradição dos antigos contadores, narrando histórias fantásticas, envolvendo façanhas de aventura e contos de terror, dando sempre forte entonação as palavras para envolver os ouvintes.

Os acadêmicos da cidade, representantes da Academia de Letras de Vassouras (ALV), prepararam uma homenagem aos 101 anos da estação ferroviária, chamada “A Poesia do Trem”. Serão apresentadas pesquisas históricas e poesias que tem o transporte automotivo como tema, destacando o trem como aquele que leva e traz, que desperta sentimentos e imaginação.

Ópera e piquenique nas fazendas

As fazendas históricas, que estão intimamente ligadas à história de Vassouras, entre elas a Santa Eufrásia e a São Roque, seguem como sugestão de roteiro pago durante o Festival Vale do Café, que inclui concerto, visitação e lanche. Elas recebem o grupo lírico Quinteto Imperial, sob direção do contratenor Fernando Portugal, que vai apresenta o “Canto Imperial”, em formato de sarau, um espetáculo que não se vincula apenas ao lado musical: trata-se de um resgate histórico de uma expressão artística muito comum no século 19. Conduzido por vozes líricas e do piano e mantendo interatividade cênica com o público, os músicos vestem guarda-roupa de época, transportando todos ao tempo do Brasil Imperial.

Única propriedade particular do Vale do Café tombada pelo Iphan, a Fazenda Santa Eufrásia, abre seu quintal de gramado verde e árvores centenárias neste sábado (18) para a realização do 'Piquenique na Fazenda'. Será uma tarde de brincadeiras, com partidas de peteca, frescobol e croquet, jogo de origem europeia, em que se usa martelo de madeira para fazer bola passar por arcos fixados no chão.

O piquenique terá menu de antigamente com doce de leite, cana-de-açúcar em palitos, sanduíches de pepino e presunto e queijo no pão integral, cuscus da Bahia, chá de capim limão, café e água de mina. Todos na fazenda vestem-se como no período colonial, inclusive a proprietária, que está sempre presente nas visitas. Construída em 1830 pelo comendador Araújo Padilha, a fazenda é uma das construções históricas mais importantes da área. Seu acervo é composto por mobiliário e utensílios do século 19 autênticos.

A Fazenda São Roque, fundada no início do século 19, pertencia ao Tenente Antônio da Costa Franco, militar sem títulos de nobreza que era avesso às extravagâncias da corte e da vida opulenta dos barões. A fazenda ainda ostenta a bela fachada original, com inúmeras janelas em frente ao imenso terreiro de café. O charme está na nova decoração dos salões, cuidadosamente preparados com móveis e peças do século 19, todas à venda. No salão de música, com uma das paredes de pedra original, está um piano de cauda para os recitais de música e ópera.

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