Max Lemos, deputado federalDivulgação

Desde meados de janeiro o Brasil vem registrando fortes temporais em diversos estados, com enchentes, alagamentos, deslizamentos e, infelizmente, mortes. No início de fevereiro, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu o alerta laranja de tempestade para o Sudeste do Brasil, e no Estado do Rio de Janeiro as fortes chuvas vem atingindo várias regiões.
No dia 7 de fevereiro a cidade do Rio de Janeiro atingiu o estágio de alerta, que é o quarto nível em uma escala de cinco e significa que uma ou mais ocorrências graves impactam a cidade ou há incidência simultânea de diversos problemas de médio e alto impacto em diferentes regiões. As chuvas provocaram alagamentos e afetaram os transportes como trens, ônibus (incluindo BRT) e VLT.
Das 162 sirenes em comunidades que a Defesa Civil possui, pelo menos 113 foram acionadas. O Corpo de Bombeiros atendeu 170 ocorrências relacionadas às chuvas em todo o estado. Outras cidades das regiões da Baixada Fluminense, Leste Fluminense, Região dos Lagos e Região Serrana também foram afetadas pelos fortes temporais e chuvas volumosas neste dia.
E em meio a tantas chuvas fortes, com alagamentos, enchentes e deslizamentos em diversas localidades, causando tantos transtornos à população, e até tragédias, vem a nós uma lembrança triste.
No dia 15 de fevereiro faz um ano que aconteceu a maior tragédia natural vivida em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, que ocasionou mais de 240 mortes, e que deixou centenas de pessoas desabrigadas ou desalojadas na ocasião. Neste período eu era secretário estadual de Infraestrutura e Obras, e cheguei ao município logo nas primeiras horas após o desastre ambiental, e o que encontrei não sai da minha cabeça até hoje.
O que vimos nas reportagens não se compara ao cenário de terror dos que viveram ou presenciaram aquilo. Lama por todo lugar, veículos que foram levados pela enxurrada foram parar dentro de rios, ficaram amontoados ou presos nos postes. Corpos foram soterrados, ficaram expostos ao ar livre ou boiando nos rios. Uma triste e devastadora lembrança.
Como secretário, fui designado para ser o coordenador da força-tarefa que contou com mais de 300 maquinários e dedicação em tempo integral para, no primeiro momento, desobstruir os principais acessos para possibilitar a busca por sobreviventes e identificar as vítimas. Mais de 200 mil toneladas de resíduos, entre entulho, lama, barro, vegetação e veículos foram retiradas das ruas da cidade. E para a reestruturação e reconstrução da cidade, foram levados mais de R$ 500 milhões de investimentos do governo do estado para obras emergenciais.
Por que estou lembrando tudo isso? Esta tragédia reafirmou a necessidade de que os governos precisam ser mais ágeis nas ações de Infraestrutura para mitigar as perdas. É preciso estar à frente, antes das tragédias. Um trabalho que tem que ser feito em parceria dos poderes municipais, estaduais e federais. Levo esta experiência e ensinamento para o meu mandato de deputado federal, e farei o que for possível para contribuir nesta parceria em prol da prevenção destas tragédias.
Max Lemos é deputado federal (PROS-RJ)