José Ricardo Soares, comandante da Guarda Municipal do RioDivulgação

Quanto mais uma cidade se desenvolve, as relações e interações sociais e as necessidades de infraestrutura, serviços, mobilidade, entre outras coisas, se tornam mais complexas e exigem respostas criativas e que demandam esforços conjuntos de diversos atores públicos ou privados. No que tange à Segurança Pública, essa demanda é bastante sensível e já é uma prática entre os diversos órgãos, que chamamos de integração.
Há muito tempo que entre os órgãos da Segurança Pública não há mais espaço para “cada um no seu quadrado” ou para rixas e desavenças entre os agentes. E isso envolve outros órgãos também, de áreas como a Assistência Social e a Conservação. Essa realidade ficou bem perceptível aos olhos da população durante os grandes eventos que nossa cidade recebeu, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo. Foram criados ou aperfeiçoados centros integradores de controle, todo o planejamento operacional era feito em conjunto, contando inclusive com a colaboração de órgãos internacionais.
Felizmente, esse legado permaneceu! E a realização de operações conjuntas envolvendo órgãos como a Guarda Municipal, as Polícias Civil e Militar e diversas secretarias da Prefeitura do Rio, em especial a de Ordem Pública, que coordena muitas dessas ações, é uma realidade e uma rotina. Isso porque a Segurança Pública e o Ordenamento Urbano estão a serviço da população e precisam sempre de um olhar humanizado. As ações de Assistência Social geralmente são realizadas com apoio da Guarda Municipal e o contrário também acontece, quando um GM se depara com um cidadão que precisa de suporte ou de acolhimento, sempre acionamentos a Assistência Social.
Um exemplo que é ainda mais marcante e que mostra que a integração é uma via que dá certo e que potencializa as forças dos integrantes de qualquer conjunto é a rede de proteção e combate à violência contra a mulher. Por meio da Ronda Maria da Penha, a GM-Rio integra essa rede, que une as forças de Segurança Pública de todas as esferas governamentais, as secretarias de Políticas para as Mulheres, os órgãos de Justiça e de Saúde e a população em geral.
No mês de janeiro deste ano, a Ronda Maria da Penha recebeu o chamado de uma assistida de 22 anos que foi submetida a cárcere privado pelo ex-companheiro em uma comunidade da Zona Oeste da cidade. Ela conseguiu entrar em contato com uma equipe de guardas municipais para pedir ajuda enquanto o agressor dormia. Após contato com a equipe, a vítima usou aplicativo de localização para que pudesse ser rastreada. O local indicado demonstrava região compatível com a residência do agressor, no interior de área conflagrada pelo crime.
Então, a equipe acolhedora do pedido de socorro solicitou apoio da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá e do 18° Batalhão da Polícia Militar. Quando as equipes chegaram ao local apontado, os dois já haviam deixado o lugar. Contudo, ao receber a informação de que havia sido procurado em sua residência, o homem decidiu liberar a mulher em outro local. Ela foi resgatada, acolhida e continua amparada pela medida protetiva de urgência vigente. Se não houvesse a integração entre os órgãos talvez a história pudesse ser outra.

Por aqui, seguimos atuando integrados com os demais órgãos de segurança e com outros atores públicos e privados pelo bem do nosso Rio!
José Ricardo Soares é inspetor geral e comandante da Guarda Municipal do Rio.