Júlio Lopes é deputado federal (PP-RJ)divulgação

Nosso país ainda caminha muito lentamente no que diz respeito ao investimento e à defesa do uso da energia nuclear em todas as áreas, com destaque para a produção de alimentos e na Medicina, o que traria enorme benefício para todos. Por ser uma energia barata, boa e de qualidade permanente, ela pode no futuro desempenhar um papel fundamental na luta contra a descarbonização do planeta e ser de grande importância para a transição de energia limpa para o mundo; por isso temos que defender e investir na indústria Nuclear no Brasil e em todas suas variações.
Com cerca de 17,2 milhões de habitantes e uma participação de mais de 10% do Produto Bruto Nacional, o Rio de Janeiro se destaca exportando e produzindo energia primária notadamente para os setores de gás e derivados como também para o setor petroleiro, que de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), foi responsável por 65% da produção nacional em 2017, dando ao Rio o título de Capital Nacional do Petróleo naquele ano.
Para se ter uma ideia, o Estado do Rio de Janeiro concentra os principais órgãos da área nuclear. A base naval para a construção de submarinos está sediada em Itaguaí, na Baixada Fluminense, que em um prazo de dez anos estará colocando em operação o primeiro submarino movido a energia nuclear, sendo de fundamental importância para a defesa da costa brasileira.
Não podemos esquecer também que a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM), a Nuclep, a Eletronuclear e a Indústria Nuclear do Brasil (INB) entre outras, estão situadas na capital e no interior do estado. Já a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, com as usinas Angra I e Angra II, e tendo 60% das obras de Angra III concluídas e a possibilidade de ter aprovada a construção de Angra IV, irá responder por mais de 70% da energia elétrica consumida pelo estado.
Vale lembrar que o uso de novas tecnologias e energias vem chamando a atenção do mundo. Para isso, teremos que diversificar a maneira de levá-la aos lugares mais distantes do interior do país barateando seu consumo e contribuindo para a recuperação de nossos estaleiros e de todo o setor naval. Creio eu para acelerar esse processo, poderíamos considerar o desenvolvimento e a construção de plataformas flutuantes que levariam reatores de pequenas proporções, considerados novos conceitos de propulsão.
Acredito que a criação de um grupo de estudo tendo à frente a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), seria de fundamental importância para o desenvolvimento do projeto.
Por fim, é preciso registrar que o Brasil já está no processo de criação de Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), e precisamos trocar experiências com países que tenham mais experiência no setor. Já estamos acelerando a compra do segundo pacote de 15 trocadores de calor no valor de R$ 250 milhões; já que o primeiro pacote com nove trocadores no valor de R$ 150 milhões, já está no país. A construção das usinas e dos reatores nucleares de pequeno porte irá trazer independência para o Brasil, além de gerar um grande número de empregos diretos durante sua construção, beneficiando milhares de pessoas no país.
Júlio Lopes é deputado federal pelo (PP-RJ) e líder da Frente Parlamentar de Tecnologia e Atividades Nucleares