Arte coluna opinião 15 março 2023Arte Paulo Esper
O assassinato da vereadora Marielle Franco continua sem um desfecho cinco anos depois daquele fatídico 14 de março de 2018. É muito tempo para que as autoridades não tenham descoberto quem foi o mandante de um crime que chocou o país, que já virou livro e filmes, cuja investigação foi chefiada por cinco delegados.
A morte de Marielle e Andersosn ainda passou pelas mãos do Ministério Público do Rio e da Polícia Federal, além de outras autoridades. E o que temos até agora são dois ex-integrantes da Polícia Militar presos, acusados de serem os executores, o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz, sem nos ser dito quem mandou assassiná-la e por quê.
A nossa companheira de partido Marielle, que nasceu e foi criada no Complexo da Maré, não faz parte de uma estatística isolada na história do país. A luta do movimento negro revela as agruras para mudar os já naturalizados índices de violência que afetam a população de pretos e pardos, que vem a ser a maioria dos brasileiros, mais de 50%.
Essa fatia da população está no topo de números de vítimas de violência nas ruas, de mortes de jovens por policiais, de encarceramento em massa, do desemprego, do trabalho precarizado e outros tantos conflitos sociais. As mulheres negras foram levadas para um lugar social ainda mais grave por receberem os mais baixos salários das escalas de emprego, por estarem em maior número subempregadas ou em trabalhos informais, sem creches para seus filhos, e terem seus corpos tratados como objeto.
Mesmo passados quase 135 anos da abolição da escravatura, a estrutura da sociedade continua a espoliar a população negra, em uma demonstração de que os 356 anos de escravidão formal no Brasil ainda reverberam nos dias atuais.
Marielle era uma parlamentar que denunciava a violência contra pretos e pobres nas favelas e o racismo na abordagem policial. Exigia respeito ao falar no plenário da Câmara dos Vereadores do Rio, ao ser, muitas vezes, desconsiderada em meio a burburinho dos homens brancos que têm o privilégio de ocupar cargos no Parlamento. E defendia pautas de LGBTQIA+ e dos Direitos Humanos. Temos urgência de fazer ecoar as vozes daquelas pessoas vítimas da discriminação e racismo denunciando as múltiplas violações de direitos.
Marielle era uma parlamentar que denunciava a violência contra pretos e pobres nas favelas e o racismo na abordagem policial. Exigia respeito ao falar no plenário da Câmara dos Vereadores do Rio, ao ser, muitas vezes, desconsiderada em meio a burburinho dos homens brancos que têm o privilégio de ocupar cargos no Parlamento. E defendia pautas de LGBTQIA+ e dos Direitos Humanos. Temos urgência de fazer ecoar as vozes daquelas pessoas vítimas da discriminação e racismo denunciando as múltiplas violações de direitos.
As novas investigações serão tocadas pela Polícia Federal, por determinação do ministro da Justiça e Segurança, Flávio Dino. O que queremos é que as medidas sejam tomadas de forma transparentes e a resposta de que mandou matar Marielle venha o mais rápido possível.
Prof. Josemar é deputado estadual (Psol), presidente da Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional
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