Roberta Egypto, designer e especialista em gamesDivulgação

Por muitos anos, os videogames foram associados a um suposto comportamento antissocial, e pais tinham medo de que seus filhos ficassem “isolados” jogando no quarto – fora o medo do “excesso de tela”. Tal “isolamento”, se comentado nos dias de hoje, é visto com incredulidade, principalmente para quem vê as arquibancadas da Jeunesse Arena, na Barra da Tijuca, num dia de evento de e-sports. E constata que a quantidade de jovens vibrando, torcendo, gritando, se equipara à multidão presente em shows internacionais! Este é o fenômeno do e-sports, que hoje movimenta cerca de US$ 1,38 bilhão (valores de 2022) em todo o mundo. Os números são de um relatório da Newzoo, empresa de pesquisa e análise de mercado que se concentra na indústria de videogames e esportes eletrônicos. Há previsões de que esses valores ultrapassem a marca de US$ 1,86 bilhão em receita global até 2025.
Para o Rio de Janeiro, que sedia agora em abril o Intel Extreme Masters (IEM) Brazil 2023 – na supracitada Jeunesse Arena – estes são indicadores de oportunidade. O IEM, o Major 2023, é a Copa do Mundo do CS:GO e faz com que o mundo inteiro se volte para a cidade. E tal como o evento “no mundo real” organizado pela FIFA, o Major teve pela primeira vez uma Fan Fest, gerando centenas de outras oportunidades de negócios e empregos. O evento consolida ainda mais a posição do Brasil como um dos principais destinos dos esportes eletrônicos no mundo. E isso não é pouco – tal como a Copa e os Jogos Olímpicos, sediar um Major significa ter uma estrutura acima da média. Os locais de jogos precisam ter espaços suficientes para jogadores e suas equipes de apoio, árbitros, e, claro, milhares de espectadores. É necessário instalar telões de alta definição, sistemas de som perfeitos, equipamentos de iluminação inteligente e diversos outros recursos. E, por fim, o principal: uma conexão de internet de altíssima velocidade para que os jogos transcorram sem “lag” (atraso entre a ação do jogador e sua representação no jogo).
Os jogos não são vistos apenas por quem está na arena, e sim transmitidos a milhões de fãs mundo afora.
A Riot Games tem sido um grande investidor na cena de e-sports em São Paulo com o Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL), trabalhando desde a criação do torneio em 2012 para expandir e melhorar a experiência dos jogadores e espectadores. Esses esforços incluem investimentos em infraestrutura, tecnologia, produção e marketing. A empresa também estabeleceu um escritório em São Paulo em 2017 para expandir sua presença no Brasil e gerenciar operações, marketing e eventos para toda a América Latina. Em 2022, a Riot Games voltou com as atividades presenciais do CBLoL em um novo estúdio em São Paulo, chamado "Arena CBLoL".
Os jogos eletrônicos são amplamente reconhecidos como fonte de diversão, mas também são um setor profissional em crescimento, com muitos jogadores transformando sua paixão em carreira e várias oportunidades de emprego sendo criadas na indústria. Além disso, os jogos oferecem benefícios que não podem ser ignorados. Eles ensinam habilidades valiosas, como tomada de decisão rápida, pensamento proativo e resolução de problemas.
*Roberta Egypto é designer e especialista em games