Júlio Furtado é professor e escritorLindsay Romariz / divulgação
Os defensores do dever de casa argumentam que ele oferece uma oportunidade adicional para os alunos consolidarem seus conhecimentos e habilidades, além do tempo de aula. Além disso, o dever de casa pode ajudar a desenvolver a responsabilidade pessoal, a autodisciplina e a gestão do tempo dos alunos. O dever de casa pode, também, ser uma ferramenta útil para os professores avaliarem o progresso da aprendizagem dos alunos.
Alguns estudos sugerem, porém, que o dever de casa pode aumentar o estresse e a ansiedade dos estudantes, especialmente se ele for excessivo ou mal planejado. Além disso, o dever de casa pode exacerbar as desigualdades socioeconômicas, pois, alunos de famílias de baixa renda podem ter menos acesso a recursos educacionais e à supervisão adulta, muitas vezes necessária para completar as tarefas.
Em nossa opinião, o bom e velho dever de casa pode ser uma ferramenta valiosa quando usado com sabedoria e moderação. É importante que os professores planejem atividades relevantes, desafiadoras e acessíveis a todos os alunos. Além disso, é fundamental que forneçam feedback e orientação para garantir que eles estejam aprendendo e se desenvolvendo.
Ressaltemos, também, que o dever de casa é de responsabilidade do aluno. É tarefa dele, sob orientações da escola, que ele faz em casa. Logo o papel dos pais é oferecer condições para que ele seja realizado, o que não inclui, é óbvio, ensinar a tarefa. Deixar isso claro é fundamental para que, tanto família quanto escola compreendam seus papéis. Caso a criança não saiba realizar a tarefa, ela deve voltar em branco para a escola e isso deve ser uma sinalização para o professor da necessidade de reforço da aprendizagem. Os professores, por sua vez, devem planejar cuidadosamente e trabalhar em estreita colaboração com as famílias para garantir que ele seja uma ferramenta valiosa e positiva no processo de aprendizagem.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.