Júlio Furtado Divulgação
A alfabetização na idade certa é crucial para o sucesso e bem-estar das crianças ao longo de sua vida escolar. Até o final do 2º ano, por volta dos 7 ou 8 anos, todas as crianças devem dominar as habilidades de leitura e escrita estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Garantir essas competências no início da trajetória escolar é essencial, pois a falta delas compromete o aprendizado em todas as disciplinas nos anos seguintes. Estudos indicam que alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio enfrentam consequências negativas dessas lacunas, resultando em distorções idade-série, desinteresse pela escola, evasão e o agravamento de desigualdades educacionais e socioeconômicas.
Para compreender a magnitude do impacto da alfabetização na qualidade de vida, é relevante considerar o estudo conduzido pelo pesquisador Ricardo Paes de Barros. Segundo sua pesquisa, um indivíduo alfabetizado atinge um índice de 77% em uma escala de qualidade de vida, enquanto uma pessoa não alfabetizada alcança apenas 43%. Este dado ressalta a profunda influência que a alfabetização exerce ao longo de uma vida. No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais era de 6,6% em 2021, o que representa milhões de brasileiros sem acesso pleno aos benefícios da educação.
Multiplicar o efeito da alfabetização pelas milhões de vidas de estudantes brasileiros é imaginar um futuro em que cada criança possa explorar mundos além do destino inicialmente traçado por origem ou CEP. Este cenário reforça a importância de políticas públicas voltadas para a universalização da alfabetização na idade certa, como forma de garantir um desenvolvimento mais justo e equitativo para todos.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.