GLÁUCIO DIRÉDIVULGAÇÃO
Psicofisiologia do Suicídio e a Relação com o Setembro Amarelo
O Setembro Amarelo, campanha de conscientização sobre o suicídio, desempenha um papel crucial na promoção da saúde mental. Embora tenham sido realizados estudos sobre comportamento suicida que se concentraram nos papéis dos fatores psicossociais e socioculturais, esses fatores têm valor preditivo insuficiente para serem clinicamente úteis. A compreensão da psicofisiologia do suicídio é essencial para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e intervenção.
O suicídio é a décima causa de morte em todo o mundo. Modelos que visam explicar a interação de variáveis ambientais, como fatores socioeconômicos, teor de lítio na água potável e altitude, são pouco desenvolvidos. O suicídio está entre as três principais causas de morte em indivíduos de 15 a 44 anos. Dados da OMS indicam causa cerca de um milhão de mortes por ano. A psicofisiologia do suicídio investiga como fatores biológicos e psicológicos contribuem para o comportamento suicida. Diversos mecanismos estão envolvidos. Fatores Biológicos: pesquisas indicam que desequilíbrios neuroquímicos, como alterações nos níveis de serotonina e noradrenalina, estão associados a um maior risco de suicídio.
A serotonina, neurotransmissor associado ao humor e ao comportamento impulsivo, desempenham um papel crítico na regulação emocional; Fatores Psicológicos: a psicopatologia, incluindo transtornos mentais como depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia, é um forte preditor de comportamento suicida.
Indivíduos com esses transtornos apresentam sentimentos intensos relacionados com a perda da vida. Além dos fatores neurobiológicos, os aspectos psicossociais desempenham um papel significativo na psicofisiologia do suicídio. A interação entre a predisposição genética e o ambiente, como experiências adversas na infância e estressores sociais, contribui para o desenvolvimento de transtornos. Estudos mostram que campanhas de conscientização podem ter um impacto positivo na redução das taxas de suicídio.
O aumento na procura por serviços de saúde mental e maior disposição para buscar ajuda são alguns dos efeitos positivos associados ao Setembro Amarelo, mas apesar dos avanços a campanha enfrenta desafios, como a necessidade de garantir que a informação chegue a todos os segmentos da sociedade, e a dificuldade em medir o impacto direto nas taxas de suicídio. A persistência do estigma e a falta de recursos para serviços de saúde mental são barreiras significativas.
O suicídio resultante do bullying é um problema social e de saúde pública. É de fundamental importância que profissionais da saúde tenham a responsabilidade de educar professores e pais para promoverem a detecção precoce e o desenvolvimento de planos de prevenção e ação mais eficazes. A promoção contínua da saúde mental e o apoio a pessoas em risco são essenciais para reduzir os índices de suicídio.
* Gláucio Diré é graduado em Ciências Biológicas, Ciências da Natureza e doutor em Biologia. Autor do livro “As bases do comportamento humano. corpos à deriva”
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