Andreia CalçadaDIVULGAÇÃO
Essa medida veio após alguns estudos a respeito do assunto. Um estudo do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), de 2022, indica que o uso excessivo de celulares vicia e prejudica o desempenho escolar. Alunos que passaram mais de cinco horas por dia conectados tiveram, em média, 49 pontos a menos em matemática, em comparação com aqueles que utilizaram os celulares por até uma hora.
No Brasil, 80% dos estudantes afirmaram se distrair durante as aulas, um índice bem mais alto que em outros países, como o Japão (18%) e Coréia do Sul (32%). O celular não pode ser um fator de distração, que tira o foco do aluno para o que está sendo ensinado. A sala de aula não é lugar para acessar vídeos do TikTok, navegar nas redes sociais ou trocar mensagens no Whatsapp. Diante da crescente perda de limites, tanto nas famílias, quanto nas escolas, é crucial que haja uma regulamentação clara sobre o uso dos dispositivos móveis.
Além disso, o uso exagerado das redes sociais tem sido associado ao aumento de problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, além de prejudicar o sono. Pesquisas apontam que utilizar o celular antes de dormir diminui em até 50% a produção de melatonina, hormônio responsável pela regulação do sono, afetando a qualidade do descanso e prejudicando a memorização do que foi ensinado na escola.
Crianças e jovens mais frágeis e que enfrentam dificuldades de apoio e diálogo familiar, que precisam de validação externa ou que possuem necessidade de projetar fantasias sobre si mesmas, se tornam mais dependentes do celular. O vício não se manifesta da mesma forma para todos, mas é importante que os pais prestem atenção se a telinha está ganhando um espaço maior do que o devido na vida dos seus filhos.
Por isso os pais precisam exercer um controle sobre o uso do celular e do computador também fora das escolas. Existem diversos aplicativos que gerenciam o tempo e que tipo de acessos os filhos podem ter. Se desde cedo, os pais estabelecem limites claros, os filhos tendem a aceitar melhor esse monitoramento na adolescência. Os genitores muitas vezes desconhecem os riscos que os filhos estão expostos, mesmo quando eles estão em casa ou na escola.
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