Daniela BarretoDivulgação
Daniela Barreto: O impacto cerebral do Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, que afeta milhões de pessoas no mundo todo e pode trazer sérias implicações para a qualidade de vida do paciente e dos seus familiares. A doença é caracterizada pelo acúmulo anormal de duas proteínas no cérebro: beta-amiloide, que forma placas entre os neurônios, e tau, que cria emaranhados dentro deles. Essas alterações resultam na morte neuronal gradual, afetando áreas responsáveis pela memória, linguagem, tomada de decisões e controle emocional. Também ocorre a redução de conexões cerebrais, quando as sinapses, que são as conexões entre os neurônios, diminuem, comprometendo a comunicação entre diferentes partes do cérebro. Em estágios avançados ocorre a atrofia cerebral, o cérebro encolhe significativamente, especialmente nas regiões do hipocampo (responsável pela memória) e do córtex cerebral.
Consultar um neurologista e terapeutas especializados é essencial para o diagnóstico, tratamento e suporte ao cuidador e familiares para orientar sobre os melhores métodos de tratamento e manejo dos sintomas. Identificar o Alzheimer nos estágios iniciais é essencial para a melhora da qualidade de vida. Embora ainda não exista cura, o diagnóstico precoce e tratamentos podem ajudar a retardar a progressão da doença e aliviar os sintomas.
A doença evolui do estágio inicial, com sintomas sutis, como pequenos esquecimentos, dificuldade para lembrar nomes ou palavras e perda de noção do tempo, passando pelo estágio intermediário, quando a perda de memória se agrava, surgem dificuldades em realizar tarefas diárias e a pessoa pode demonstrar confusão e alterações de humor e agrava para o estágio avançado, quando há perda severa de memória, incapacidade de se comunicar, dificuldade de mobilidade e dependência total.
O Fevereiro Roxo tem como lema "Se não houver cura, que haja conforto", destacando a importância de iniciativas que promovam acolhimento e apoio aos pacientes com Alzheimer, Lúpus e a Fibromialgia. A campanha busca educar a população, reduzir estigmas sociais e o preconceito e incentivar a empatia. Outro objetivo da campanha é orientar sobre como cuidar de uma pessoa com Alzheimer. Esse cuidado exige paciência, compreensão e estratégias específicas para lidar com os desafios diários da doença.
Pacientes com Alzheimer podem se sentir mais seguros e confortáveis quando têm uma rotina diária, com horários regulares para refeições, medicação, banho e descanso. Isso reduz a ansiedade e a confusão.
Atividades cognitivas como jogos de memória, ler livros, ouvir músicas ou conversar sobre eventos passados podem ajudar a estimular a mente e a manter a pessoa socialmente engajada. Sempre que possível, é fundamental envolver o paciente nas atividades cotidianas, como arrumar a mesa ou cuidar de plantas. Isso pode ajudá-lo a manter uma sensação de independência e propósito.
À medida que a doença avança, a segurança do paciente deve ser uma prioridade. Para isso, a casa precisa estar livre de objetos perigosos para evitar risco de quedas ou acidentes.
A conscientização é o primeiro passo para construir uma sociedade mais inclusiva e preparada para enfrentar os desafios dessa doença.
* Daniela Barreto é neuroterapeuta, especialista em Neurociência e criadora do Neuroestarcast
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