Tainá de PaulaDivulgação

Que o Carnaval carioca é uma das maravilhas do mundo, todos nós já sabemos. É uma celebração à cultura afro-brasileira, produzida por quem ama a festividade. O Carnaval no Rio também é feito de sustentabilidade, de respeito ao meio ambiente e de geração de renda para pessoas negras e periféricas e para aqueles que fazem da coleta de resíduos sólidos o seu ganha pão.

O programa Folia Verde, iniciativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima da Cidade do Rio de Janeiro, chegou para levar mais dignidade aos agentes ambientais que trabalham durante os dias de festa na cidade e também para aumentar sua renda, com pagamentos de diárias, além do peso dos resíduos coletados.

Os agentes recebem um kit com EPI's completo, lanches, tendas para abrigo, balança e claro, as diárias pelo serviço prestado. Os benefícios são para melhorar as condições de trabalho, enquanto a grande maioria está na folia para se divertir.

E este ano, nossa expectativa é de melhoria em todos os âmbitos, com a coleta de 25 mil toneladas de resíduos, batendo o recorde de 2024. No ano passado, foram mais de 14 mil toneladas recolhidas no Sambódromo, Blocos de Rua e Intendente Magalhães. Só na Marquês de Sapucaí foi registrado maior concentração, atingindo 12 mil toneladas de residuos.

Porém, as práticas sustentáveis não se limitam aos catadores. Os foliões também precisam se conscientizar, como não jogar bitucas de cigarros dentro das latas, gerando uma contaminação do material, por exemplo. Para isso, a Secretaria espalhou 10 stands pelo sambódromo, com equipe treinada e habilitada para instruir o folião sobre o descarte consciente e distribuição de brindes ecológicos.

As escolas de samba já fazem seu dever de casa, reaproveitando as estruturas de alegorias e os integrantes são levados a devolver as fantasias para serem reaproveitadas. E as agremiações do grupo especial costumam doar materiais para as escolas dos grupos de acesso, gerando uma circularidade nos materiais recicláveis.

Nosso trabalho é gerar um empoderamento para os agentes com operação 100% de catadores, a valorização dos profissionais e a garantia de que toda a operação seja realizada por eles. Ao todo, são mais de 320 profissionais envolvidos, entre catadores, coordenadores e agentes de educação ambiental, levando atividades educativas a todos os envolvidos no processo produtivo do Carnaval em dez pontos distribuídos por toda Sapucaí.

Outra frente do projeto é a entrega do Selo Carioca Folia Verde, que reconhece práticas sustentáveis em escolas de samba, blocos de ruas e festividades, se tornando um incentivo às práticas de educação ambiental durante a folia e no dia a dia da população. O objetivo é transformar a maior celebração do país em um modelo internacional de práticas sustentáveis, reduzindo a emissão de gases do efeito estufa (GEE) e promovendo a conscientização ambiental em todas as etapas da folia. Vamos mostrar que é possível celebrar a cultura e a magia do carnaval carioca de forma responsável com o meio ambiente.
Tainá de Paula é Secretária Municipal de Meio Ambiente e Clima do Rio de Janeiro