Entre janeiro e novembro deste ano, o estado do Rio de Janeiro recebeu dois milhões de turistas estrangeiros, um fluxo 45% maior do que o registrado no mesmo período de 2024. Por trás dessa exuberante trajetória de crescimento, há uma série de fatores, entre eles, as belezas naturais, os investimentos em mobilidade e rede hoteleira, a hospitalidade e a simpatia do nosso povo e, o mais decisivo, o serviço de segurança pública.
No Brasil e no mundo, não há atividade econômica sustentável sem segurança pública. Essa relevância torna-se ainda mais evidente em países, estados e cidades que têm no turismo umas de suas principais fontes de geração de renda e emprego, como é o caso do Rio de Janeiro.
Nesse cenário, a presença imprescindível da Polícia Militar é duplamente necessária. Diariamente, a Corporação emprega em torno de nove mil policiais em todo o território estadual. São missões de rotina que vão de operações em áreas conflagradas à execução de programas de polícia de proximidade. Para atender demandas fora da rotina – eventos esportivos, culturais, políticos, religiosos ou de lazer – o comando da Corporação precisa planejar suas ações, empregando um contingente para atuar extraordinariamente. Quase sempre, os policiais militares se apresentam como voluntários para trabalhar nos dias de folga e são remunerados por meio do Regime Adicional de Serviço (RAS).
Neste ano, a Subsecretaria de Gestão Operacional da SEPM elaborou mais de mil planejamentos especiais de segurança para garantir a paz em diversos eventos de grande apelo popular. Foram, por exemplo, 179 eventos esportivos. Para se ter uma ideia, uma partida de futebol entre dois clubes grandes no Maracanã mobiliza mais de mil policiais. E vale ressaltar um aspecto: o Rio de Janeiro é a única praça esportiva de grande porte que promove jogos com torcida mista.
Além do futebol, sediamos cinco paradas LGBTQI+, cinco espetáculos com artistas estrangeiros, entre os quais o megashow da Lady Gaga, e 11 com artistas nacionais. Houve reuniões de cúpula – como BRICs e COP30-, e megaeventos, como réveillon e carnaval. No carnaval de 2025, fora os desfiles de escolas de samba no Sambódromo e na Intendente Magalhães, atuamos na segurança de 500 blocos, 11 deles concentrando cerca de um milhão de foliões. Estivemos presentes também no interior, em 25 festas de aniversários de municípios; na Feira Literária e no Festival da Cachaça, em Paraty; na Cabofolia, em Cabo Frio; e em dezenas de exposições agropecuárias muito tradicionais em municípios da área rural.
Tudo isso aconteceu sem alarde. Em todos esses mais de mil eventos, praticamente não houve incidentes que ocupassem grandes espaços na mídia.
Os comentaristas esportivos costumam dizer que o juiz teve bom desempenho quando ninguém nota sua presença durante a partida. Com a Polícia Militar ocorre fenômeno semelhante.
Durante o ano de 2025, mobilizamos milhares de policiais, viaturas, armamentos de menor potencial ofensivo, aeronaves tripuladas, drones, e passamos quase despercebidos.
Fomos – e continuaremos assim – fundamentais para o fortalecimento da vocação do estado do Rio de Janeiro para receber grandes eventos, cumprindo nossa missão mesmo de forma invisível.
Cel PM Marcello de Menezes Nogueira é secretário de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro
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