Por O Dia

A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou ontem mais uma morte por suspeita de intoxicação por dietilenoglicol, produto encontrado na cerveja Belorizontina, da fábrica Backer. A vítima, do sexo masculino, estava internada em hospital particular de Belo Horizonte. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal para necropsia. É a terceira vítima com os mesmos sintomas de intoxicação suspeitos devido ao consumo da cerveja.

A primeira morte confirmada foi a de um morador de Ubá, Zona da Mata, em 7 de janeiro. A vítima tinha 55 anos e morreu em Juiz de Fora. Uma outra morte devido à intoxicação ainda não foi confirmada, é o caso de uma senhora de 60 anos da cidade de Pompéu, na Região Central de Minas. Todos diagnosticados com problemas neurológicos e insuficiência renal grave e teriam consumido a cerveja.

O balanço mais recente da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado terça-feira, apontava 17 casos suspeitos de intoxicação, sendo 16 homens e uma mulher. Os diagnósticos são para 12 moradores de Belo Horizonte; os restantes de Ubá, Viçosa, São Lourenço, Nova Lima e São João Del Rei.

A diretora de marketing da cervejaria, Paula Lebbos, pediu que os consumidores não bebam a cerveja Belorizontina e nem a Capixaba, outro rótulo da Backer até que se constate o grau de contaminação.

A cervejaria foi fechada de forma provisória. Todos os produtos da empresa foram retirados do mercado, resultando no recolhimento de 139 mil litros de cerveja. As bebidas recolhidas só poderão ser liberadas para consumo novamente se for provado que elas estão seguras. A Backer foi intimada a retirar todas as bebidas das prateleiras dos supermercados de Minas Gerais.

Ministério confirma que água da fábrica está contaminada
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O Ministério da Agricultura confirmou ontem que a fábrica mineira Backer usou água contaminada na produção de suas cervejas. A análise detectou que a contaminação ocorreu dentro da própria cervejaria, mas ainda não há conclusão sobre a forma como aconteceu.
A pasta considera como hipóteses, por exemplo, o uso indevido do dietilenoglicol, sabotagem e vazamento do produto na água. O ministério anunciou já ter encontrado seis lotes contaminados da cerveja Belorizontina e uma da Capixaba. Segundo o ministério, diversos tanques da fábrica estavam contaminados.
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Segundo a perícia, na prática, a água que serve como base da produção de todos os rótulos da empresa, incluindo a Belorizontina que seria a responsável pela intoxicação de pelo menos 18 pessoas, estariam impróprios para o consumo.
A cervejaria Backer pode ter seu registro suspenso ou cassado se as investigações da Polícia Civil concluírem que a empresa é culpada pelo uso de dietilenoglicol na produção da cerveja e provocou intoxicação em dezenas de pessoas. Segundo o ministério, a empresa ficará fechada e só poderá ser reaberta quando provar que tem condições seguras de voltar a produzir.
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