Carlos Wizard na CPI da Covid, nesta quarta-feira, dia 30Edilson Rodrigues/Agência Senado
- Em meio à pandemia, em abril, o Rio de Janeiro viu Wilson Witzel sofrer um impeachment. Ele é acusado de comandar esquema de corrupção na área da saúde, durante a construção de hospitais de campanha para atender pacientes com covid-19. Witzel foi denunciado pela PF por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele foi o primeiro governador na história da Reúblicar a ser cassado em processo de impeachment e ficará inelegível por cinco anos.
- Uma nova mudança no Ministério da Saúde, a terceira em meio à pandemia de coronavírus, movimentou a pasta. Em março, Eduardo Pazuello deixou o Ministério e em seu lugar assumiu Marcelo Queiroga. Antes de substituir o médico Nelson Teich como ministro, o general Pazuello exercia o cargo de secretário-executivo desde abril de 2020.
- A dança das cadeiras no alto escalão do governo continuou em 2021. Ainda em março, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo, renunciou o cargo. Após uma gestão polêmica, especialmente sobre o aumento do desmatamento na Amazônia, e desmonte de programas de proteção ambiental, Ricardo Sales também deixou o Ministério do Meio Ambiente.
- O presidente Jair Bolsonaro passou a atacar fortemente o sistema eleitoral brasileiro, com críticas ao voto eletrônico, e aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021. Em agosto, um desfile militar inédito foi realizado em Brasília com a presença de Bolsonaro no dia em que a Câmara decidiria o destino da PEC do voto impresso, que foi posteriormente derrotada. O fato foi visto como uma tentativa de intimidar o Parlamento.
- No feriado de 7 de setembro, Bolsonaro convocou apoiadores com manifestações nas principais cidades do Brasil. Os atos reuniram milhares de pessoas nas principais capitais. Os ataques contra instituições, pedidos de fechamento do STF e contra o sistema eleitoral foram redobrados. O presidente, no entanto, negou que teve a intenção de atacar ou agredir quaisquer dos poderes.
- Com discursos e falas polêmicas em eventos políticos fora do Brasil, a imagem de Jair Bolsonaro não é das melhores no exterior. Em setembro, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o presidente deixou claro seu repúdio ao passaporte sanitário, exaltou a vacinação no Brasil e fez apologia ao 'tratamento precoce' da covid, em referência à hidroxicloroquina e ivermectina. Durante viagem à Itália, seus seguranças agrediram jornalistas. No Oriente Médio o presidente recorreu a dados falsos para apresentar o Brasil. Diante de uma plateia de investidores, afirmou que a Amazônia “por ser uma floresta úmida não pega fogo”, quando o país, na verdade, registrou mais um recorde de queimadas. O ministro Paulo Guedes enalteceu que o Brasil está crescendo acima da média mundial, uma informação incompatível com a realidade.
- Acusada de falta de decoro parlamentar, Flordelis teve seu mandato cassado e ficou inelegível. A ex-deputada, acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, segundo o Conselho de Ética, teria usado o mandato para coagir testemunhas e ocultar provas.
- Em junho, a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro considerou que o ex-vereador usou de sua influência para impedir uma investigação da morte do enteado Henry Borel. Ele chegou a ligar para o governador Claudio Castro (PL) e para diretores do hospital para onde Henry foi levado.
- Em liberdade atualmente, em 2021 o deputado Daniel Silveira foi preso duas vezes no Rio de Janeiro. Em fevereiro ele foi preso pela prática de agressões verbais e ameaça aos ministros da Corte, em vídeos publicados na internet. Em abril ele virou réu no Supremo, mas ganhou direito à prisão domiciliar. No entanto, em junho, voltou ao presídio por violar o monitoramento eletrônico. Silveira foi proibido de utilizar redes sociais e ter contato com investigados no inquérito que apura as ameaças.
- Após dois anos sem partido, Jair Bolsonaro se filiou ao PL. O último partido do presidente foi o PSL, pelo qual foi eleito em 2018. Sua saída, em 2019, foi motivada por divergências com a cúpula da legenda. Além do presidente, se filiaram ao PL o senador Flávio Bolsonaro, que deixou o Patriota, e o ministro da Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. O PL faz parte da bancada do chamado Centrão, com a qual o governo se aliou desde o ano passado.
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