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Brasileiros se decepcionam com derrota na Copa
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À medida que o fim da partida se aproximava, a desilusão do público na Praça Mauá aumentava - Daniel Castelo Branco
À medida que o fim da partida se aproximava, a desilusão do público na Praça Mauá aumentavaDaniel Castelo Branco
Por *Gustavo Ribeiro

Rio - Quando o árbitro apitou o final do jogo nesta sexta-feira, os brasileiros pareciam não querer acreditar na derrota contra a Bélgica. Entre lágrimas, expressões de decepção e cabeças baixas, o sonho do hexa ficou mais distante: só poderá ser retomado daqui a quatro anos, na Copa do Mundo do Qatar. Na transmissão da partida no Boulevard Olímpico, muitos cariocas foram embora antes mesmo do segundo tempo, como uma fuga de sentir o desapontamento da eliminação da Seleção Brasileira. Os que ficaram sofreram com um 'teste para cardíaco'. Alguns agarravam a bandeira, outros roíam as unhas, mas a esperança foi mesmo a última que morreu.

Com o gol de cabeça de Renato Augusto, a 15 minutos do término do confronto, os torcedores gritavam "eu acredito". O otimismo, no entanto, não foi suficiente para o time verde e amarelo passar para a semifinal. Agora, os brasileiros terão que se contentar com as cinco estrelas na camisa sem a folga de terça-feira.

Fanática por futebol, a auxiliar de serviços gerais Maria Batista, de 55 anos, pintou todo o rosto para vibrar pelo país, mas no fim não escondeu sua decepção. "É a segunda vez que estou nessa tristeza (se referindo ao 7x1 da Alemanha em 2014). Eu joguei mais que eles, gritando e torcendo aqui. Faltou amor dos jogadores, eles só acordaram no segundo tempo!", criticou ela.

Com camisas da Seleção e copos de cerveja nas mãos, os amigos Luana Chagas e Eduardo Rezende foram embora do Boulevard lamentando o 2x1. "Podia ser melhor, né? Nessa crise que a gente está, uma vitória daria um ânimo. Merecíamos mais um feriado e o hexa. Estava doida pra pegar a França na terça", reforçou Luana.

Moradora de Campo Grande, Carol Soares não conseguiu segurar o choro com a volta pra casa do time de Tite. "Acreditei que ele levaria a gente rumo ao hexa. A Seleção teve raça, se entregou, mas os belgas foram melhores nos passes e finalizações. Foi um jogo difícil, confiei até o final", disse ela, entre lágrimas.

Já a argentina Ana Zacarias, de 45 anos, usou uma camiseta dos hermanos, mas jurou que a torcida foi para equipe canarinho. "Estou morando aqui há três meses e me apaixonei pelo país. A bandeira brasileira está no coração", contou ela, que mora em Bento Ribeiro com o namorado Alex Soares, 46. "Estamos juntos há três anos, quando a Argentina jogou também torci com ela (risos)", afirmou Alex.

Pra ele, a derrota, contudo, não pode desanimar os brasileiros. "Fica uma ponta de tristeza, mas temos que seguir. Foi uma partida de alto nível, só que tem a parte triste do espetáculo. Vou aproveitar com ela o show da Preta Gil e segunda é voltar ao trabalho", finalizou.

Belgas fazem a festa em hotel

A 700 metros do chororô da Praça Mauá, belgas que vivem no Rio comemoraram a vitória em um hotel que promove a cultura deles, na Rua dos Andradas. O estabelecimento serviu chope grátis a cada gol da Bélgica e do Brasil, já que amigos e parentes brasileiros assistiram juntos.

Enquanto o clima em campo era de rivalidade, as duas torcidas se deliciaram juntas com petiscos e bebidas típicos do país europeu, como a batata frita, a linguiça chipolata e o chope. "A Bélgica tem mais de 400 tipos de cerveja. É uma cerveja com teor alcoólico muito maior, com mais corpo, mais personalidade. No futebol e na cerveja, Brasil e Bélgica não competem. Cerveja para a Bélgica e futebol para o Brasil!", brincou a médica brasileira Joselita Bodart, 40 anos, casada com um belga. O filho do casal, Basílio, de 11 meses, com dupla nacionalidade, foi com meias nas cores do Brasil e camisa vermelha.

Apesar do resultado, o time de Neymar assustou os adversários. "A imprensa brasileira estava confiante. Eu peguei essa onda e tinha muito receio", admitiu o belga Thierry Dor V., 48.

Crianças sofrem mas a derrota pode ser educativa

Dezesseis anos. Esse é o tempo que o Brasil acumula sem soltar o grito de campeão do mundo. E devido à eliminação desta sexta, o jejum de 20 anos está garantido, ao menos até a próxima Copa em 2022. Com isso, uma geração inteira ainda não pôde sentir a alegria de a Seleção trazer a taça para casa.

Essa falta expressa a tristeza dos brasileirinhos após o fim da partida. Crianças como o Julio Duarte, de 13 anos, que chorou ao ver a Seleção eliminada. "O Brasil estava muito desarrumado, a zaga estava muito ruim", reclamou o jovem aos prantos.

A neuropsicóloga Ilma da Silva Torres analisou a questão pela perspectiva das consequências que uma derrota marcante como essa pode gerar. "Os pais devem ensinar seus filhos a lidar com o fracasso. É preciso destacar o valor do esforço, da perseverança, da paciência, para superar os impedimentos e alcançar os objetivos", recomenda Ilma. "Não acredito que a eliminação crie um recalque a longo prazo. Somente para as pessoas que acham que devem ganhar sempre", conclui a especialista.

Apesar do baque, a esperança continua para a pequena Isabella Martins, de 9 anos. "Eu estou muito triste com a derrota do Brasil. Mas na próxima estarei torcendo para ver ele ganhando", diz a menina cheia de esperança.

*Com os estagiários Luana Dandara e Felipe Rebou&ccedie">

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